Na reta final do concurso, estados usam a criatividade para divulgar o Jovem Senador

Da Redação | 03/03/2022, 19h12

A Escola Indígena Dom Lourenço Zoller, de Uiramutã (RR), município no extremo Norte do país, já se prepara para o Jovem Senador 2022. O município fica a 300 quilômetros de Boa Vista e enfrenta, além de dificuldades físicas de acesso, limitações para contato via internet, típicas das áreas mais remotas do país. No caso das escolas indígenas, há ainda outras adversidades para que os estudantes possam adaptar a cultura e línguas locais para, então, redigir a redação a ser inscrita no concurso.

O projeto é realizado anualmente com o objetivo de proporcionar aos estudantes do ensino médio das escolas públicas estaduais e do Distrito Federal, conhecimento acerca do funcionamento do Poder Legislativo no Brasil. Para participar, os candidatos devem ter até 19 anos de idade e elaborar uma redação. Neste ano, o tema do concurso de redações é "200 anos de Independência: lições da história para a construção do amanhã". Os autores dos 27 melhores textos — um de cada estado e do Distrito Federal — são, então, convidados a vivenciar, em Brasília, o processo de discussão e elaboração das leis do país, conforme a atuação dos senadores da República.

A edição do programa Jovem Senador deste ano enfrenta ainda, além de desafios como os registrados em Uiramutã, o impacto da pandemia de covid-19 na educação. Desde 2020, por conta do coronavírus, as comunidades escolares perderam parte do calendário letivo, mantiveram aulas remotas onde isso foi possível e, em muitos casos, registraram estudantes desenvolvendo atividades em locais com estruturas pouco apropriadas.

Esses cenários foram constatados pela equipe do Jovem Senador junto às secretarias estaduais de educação para realizar a edição deste ano do programa. Com mudanças nos calendários escolares, a introdução do Jovem Senador nas atividades nas escolas em Roraima, segundo a coordenadora do concurso no estado, Leandra Coelho Barbosa, se mostrou uma corrida contra o tempo:

— Os desafios encontrados por nós têm sido o tempo para divulgação [do concurso de redação junto às escolas]. Precisamos conciliar o início do ano letivo e o encerramento das inscrições. Como muitas escolas são distantes da capital, é necessário intensificar a divulgação pelas redes sociais — explica.

A cada dificuldade, no entanto, um acervo de soluções é encontrado. Em Pernambuco, um dos recursos para divulgar o Jovem Senador em áreas mais afastadas, como o Sertão do Médio São Francisco, foram seminários e palestras a distância com a ajuda de aplicativos que permitem o encontro virtual com professores e alunos. A região tem 80 escolas — urbanas, rurais e indígenas — distribuídas em oito municípios.

A estratégia utilizada foi convidar dois estudantes de cada unidade, além de professores, para participar da oficina on-line. Assim, eles puderam atuar posteriormente como multiplicadores em suas escolas.

— O Jovem Senador é bastante conhecido na região e, na última edição, em 2019, registrou mais de 2,7 mil redações escritas no estado. Dessa forma, esperamos uma grande "colheita" como resultado dessa mobilização tão peculiar — acrescenta a coordenadora das iniciativas em Pernambuco, Cecília Batista do Nascimento.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)