Na despedida, Anastasia diz que aprendeu no Senado o que significa democracia

Da Rádio Senado | 02/02/2022, 19h42 - ATUALIZADO EM 02/02/2022, 20h40

Em pronunciamento, nesta quarta-feira (2), o senador Antonio Anastasia (PSD-MG) despediu-se do Senado. O senador renunciou ao seu mandato, por ter sido  escolhido para o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Ele será substituído pelo suplente Alexandre Silveira (PSD-MG).

Anastasia destacou ter relatado mais de 350 projetos de lei ao longo de sete anos, o que permitiu seu aperfeiçoamento do trabalho e dedicação ímpar para a democracia, "cumprindo rigorosamente a Constituição". 

— Aqui no Senado, aprendi à exaustão o que significa, na prática, a democracia, a convergência, a tolerância, o entendimento, o esforço parlamentar para encontrar soluções para as questões extremamente intrincadas. Esse exercício é, foi e sempre será coletivo para os senadores.

Antonio Anastasia expressou seu sentimento de dever cumprido, prometeu levar sua experiência do Legislativo ao Tribunal de Contas da União (TCU) — onde assumirá uma cadeira de ministro — e agradeceu a todas as pessoas que contribuíram com o trabalho coletivo de sua trajetória política.

— Claro que há a felicidade da indicação e o novo futuro que terei na Corte Administrativa das Contas, mas o peso da despedida no meu coração, do convívio, da harmonia, do sentimento do exercício parlamentar, sempre estará presente — ressaltou.

Anastasia declarou que sua despedida da política partidária conclui um ciclo completo de experiências nas esferas estadual e municipal, às quais foi levada pela vocação do serviço público que o acompanha “desde os bancos escolares”. Ele lembrou que, antes do Senado, não tinha exercido um cargo legislativo, e muito aprendeu na Casa sobre o exercício comunitário e harmônico da democracia.

— Essa experiência parlamentar está indelével na minha alma e a levarei ao Tribunal de Contas da União. Esta função precípua do Parlamento de defender a democracia, de apurar a arte da convergência e de apontar as soluções para as políticas públicas é inafastável e nós todos, brasileiros, temos o dever de defendê-la.

O senador também cumprimentou seu sucessor, Alexandre Silveira (PSD), que tomou posse hoje: ele considera Silveira “um dos líderes políticos mais jovens e com mais energia" que conhece e afirmou que, mesmo por um curto prazo de mandato, os cidadãos de Minas Gerais saberão reconhecer seu talento e seu trabalho.

Anastasia elogiou ainda a equipe técnica do Senado, destacando os trabalhos da Consultoria Parlamentar, Secretaria-Geral, Diretoria-Geral, Comissões e servidores da Casa.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, classificou Anastasia como um dos maiores homens públicos da história de Minas Gerais e que encerra sua atividade na Casa saindo “pela porta da frente”.

— Vossa Excelência também foi dos mais brilhantes senadores da República nesses 200 anos de história. Foi um grande formulador, autor de projetos de lei, de propostas de emenda à Constituição, um grande relator, preferido por muitos por sua capacidade de compreender, de aprofundar e de dar solução a dilemas — resumiu.

O líder do PSD, Nelsinho Trad (MS), fez questão de ressaltar a capacidade de Anastasia em decifrar matérias complexas em tramitação no Senado, o classificando como “nosso professor”.

— Eu não sei agora como será nas reuniões de líderes. Porque quando tinha um projeto mais complexo, difícil de ser decifrado, um olhava para o outro, e eu sou testemunha disso, e falava: vamos por o Anastasia para relatar que com certeza a luz vai reinar e a interpretação será dada.

Também compareceram à sessão o prefeito de Belo Horizonte (MG), Alexandre Kalil; o presidente do PSD, Gilberto Kassab; a ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Flávia Arruda, além dos ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho; da Agricultura, Tereza Cristina; e da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)