Guedes pede que crítica que fez a Senado não seja entendida como ofensa

Da Redação | 01/09/2020, 12h32

O ministro da Economia, Paulo Guedes, falou, nesta terça-feira (1o), sobre as as críticas que dirigiu aos senadores que derrubaram, em agosto, o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que autorizava o reajuste salarial a categorias de servidores que trabalham no combate à pandemia da covid-19, entre eles médicos e policiais. Na ocasião, o ministro afirmou que era “um crime” permitir que dinheiro da saúde fosse usado para reajuste do funcionalismo, o que foi tomado como ofensa por senadores. Depois da declaração de Guedes, o veto foi mantido pelos deputados.

— Jamais se confunda um lamento por um voto com a avaliação que tenho feito sistematicamente da importância de um Senado reformista, que tem aprovado medidas importantes para o Brasil. Lamento muito que tenha sido entendido com ofensa, que eu jamais faria — disse o ministro durante audiência, nesta terça-feira (1º), na comissão mista que acompanha as ações do governo federal no enfrentamento da pandemia de covid-19.

Guedes explicou que sua queixa foi pela quebra do acordo que havia sido costurado entre Senado, Câmara e o Executivo a respeito da proposta. Para que a União pudesse transferir quase R$ 200 bilhões em recursos extraordinários para estados e municípios aplicarem no combate à doença, o acerto era que o dinheiro não fosse utilizado para criar despesas permanentes, como salários. No entanto, os senadores entenderam que os profissionais na linha de frente do combate à pandemia mereciam ter salários reajustados e derrubaram o veto (VET 17/2020) ao trecho da proposta que originou a Lei Complementar 173, de 2020 (PLP 39/2020).

Segundo Guedes, a mudança de postura dos congressistas “foi uma decepção muito grande”, levando-o a se sentir “abandonado e isolado”, pois os novos gastos fixos causariam um “desastre financeiro para o país”.

— Eu não vejo em que eu tenha ofendido qualquer senador ou o Senado em si. Eu me referi ao voto. Depois de acordos públicos, aquilo foi uma decepção para mim — afirmou.

Agenda construtiva

O ministro frisou que o Congresso tem trabalhado em conjunto com o governo, fazendo reformas e criando uma agenda construtiva, com a aprovação e matérias importantes como a cessão onerosa dos recursos arrecadados pela exploração de petróleo no pré-sal, a reforma da previdência, o novo marco regulatório do saneamento, o auxílio emergencial e o benefício emergencial, que, segundo ele, preservou 13 milhões de empregos.

Ao final da apresentação do ministro, o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO) destacou o respeito de Guedes pelo Parlamento, sua disposição de vir à Casa sempre que chamado. Eduardo disse ter "compreensão absoluta das palavras" do ministro e pediu que senadores e deputados se concentrem na retomada da agenda positiva do país.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)