Senadores propõem sessão especial para homenagear Dom Pedro Casaldáliga

Da Redação | 14/08/2020, 16h05

O Senado poderá fazer uma sessão especial para homenagear Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix do Araguaia (MT), que morreu no sábado (8), aos 92 anos, em Batatais (SP). O requerimento com o pedido para a sessão de homenagem foi apresentado pelos senadores Wellington Fagundes (PL-MT), Antonio Anastasia (PSD-MG), Esperidião Amin (PP-SC), Jorginho Mello (PL-SC), Paulo Paim (PT-RS) e Zequinha Marinho (PSC-PA). O pedido ainda deve ser analisado em Plenário.

Wellington anunciou que apresentará projetos em reconhecimento ao trabalho do bispo, como a criação de um parque municipal, de um local de preservação de animais silvestres e de uma área de preservação ambiental com o foco na regularização fundiária. Em entrevista à Rádio Senado, o senador ressaltou a história do religioso.

— A orientação espiritual e filosófica de Dom Pedro restará um grande vazio, difícil de ser preenchido, porém o seu amor, a sua luta e suas inspirações serão bússolas para o nosso caminhar daqui para frente ­— disse.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) destacou a preocupação do bispo com os mais pobres.

— Foi ele que nos ensinou que o compromisso da igreja do Cristo é com os mais pobres, é com os despossuídos. O céu está em festa, nós estamos mais tristes, mas aqueles que fazem da sua vida um sacerdócio para o próximo viverá eternamente — afirmou também à Rádio Senado.

História

Casaldáliga, nasceu em 16 de fevereiro de 1928 na província de Barcelona, Espanha, e chegou ao Brasil como missionário aos 40 anos de idade, na década de 1960, para trabalhar em São Félix do Araguaia. 

O religioso foi um grande defensor dos direitos humanos no país e tornou-se conhecido por suas posições políticas, no combate à violência dos conflitos agrários e a favor das causas indígenas. Sua luta em favor dos mais pobres fez com que recebesse ameaças de morte. O bispo foi um dos fundadores do Conselho Missionário Indígena e da Pastoral da Terra.  

Além da atuação pastoral, Dom Pedro foi reconhecido também pela produção literária publicada no Brasil e no exterior, como poesia, artigos, obras com cunho político e temas ligados à espiritualidade.

Ele renunciou ao cargo em 2005, devido a problemas de saúde.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)