Humberto Costa pede apuração de uso de cota parlamentar em atos antidemocracia

Da Rádio Senado | 23/06/2020, 16h22

O senador Humberto Costa (PT-PE) defendeu, em pronunciamento nesta terça-feira (23), a investigação, pelo Congresso Nacional, dos parlamentares ligados ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que teriam usado a cota a que têm direito para financiar atos antidemocráticos.

Segundo o senador, esse é um dos desdobramentos das apurações decorrentes do inquérito instaurado no Supremo Tribunal Federal (STF) para identificar os responsáveis por financiar, produzir e divulgar, nas redes sociais, material ofensivo à Corte e a seus ministros, favorável ao fechamento do Congresso Nacional e com conteúdo golpista.

— Se essas atribuições que lhes são imputadas forem verdadeiras, precisam ser efetivamente cassados e afastados do Parlamento brasileiro. E também processados pela utilização inadequada de dinheiro público, para a produção desses atos que vão diretamente contra a nossa democracia — disse.

Humberto Costa observou que o inquérito no STF avança a passos largos e, além dos parlamentares que abandonaram a essência de um mandato eletivo, já identificou uma associação criminosa financiada por empresários e formada por blogueiros que ganham dinheiro com a postagem de vídeos favoráveis a um regime autoritário, altos funcionários comissionados do governo que ajudam a produzir manifestações e organizações paramilitares armadas, defensoras de um golpe militar.

— O Brasil mergulhado nessa pandemia. Mais de 50 mil mortos, mais de 1 milhão e 100 mil pessoas infectadas com o coronavírus. Enquanto isso, o governo Bolsonaro completamente paralisado, apenas se preocupando em construir a sua defesa para o rol de crimes de que é acusado, entre eles o de obstrução de justiça pelo ato de esconder o senhor Fabrício Queiroz, que foi, ao que tudo indica, o chefe de uma organização criminosa que funcionou no Rio de Janeiro, no gabinete no então deputado estadual Flávio Bolsonaro, filho do presidente, dentro do processo conhecido por 'rachadinha' — acrescentou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)