Ato contra racismo encerrado com violência em Curitiba repercute no Senado

Da Redação | 02/06/2020, 15h13

Um protesto contra o racismo e em defesa da democracia, que começou de forma pacífica no centro de Curitiba (PR), na noite dessa segunda-feira (1º), e acabou em violência, dividiu a opinião de senadores. Organizada pelas redes sociais, a manifestação foi inspirada em atos que ocorreram nos Estados Unidos e no Brasil no último fim de semana.

Policiais usaram bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha para dispersar os manifestantes. A PM do Paraná afirmou, em nota, que a ação foi necessária para impedir a depredação do patrimônio público. Já os movimentos que organizaram o ato alegaram, também em nota, que o vandalismo aconteceu na dispersão, após o fim do protesto, e "representou a presença organizada de infiltrados que desejaram a criminalização do movimento”.

Para o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), a manifestação foi mais um ato em favor da democracia e contra o governo Bolsonaro.

Os brasileiros tomam consciência e reassumem para si a responsabilidade de ter de volta a bandeira do Brasil! Este é mais um movimento real do povo contra o fascismo, agora em Curitiba. Bolsonaro, vai ter reação sim!”

Também do PT, Jean Paul Prates (RN) afirmou que as manifestações são uma expressão legítima da sociedade.

“As manifestações contra o governo devem ser entendidas como uma legítima expressão de uma sociedade que já não suporta mais ficar calada. Todos os movimentos que se pronunciam contra os desmandos e o desgoverno Bolsonaro são bem vindos”, escreveu em sua rede social.

Alvaro Dias (Podemos-PR) criticou a violência na manifestação. Segundo o senador, a noite desta terça-feira foi de “estupidez e vandalismo” que “não ajuda na construção do nosso futuro”.

“Esse não é o caminho. É a crônica da estupidez anunciada! Para onde querem levar o país? Queimar a bandeira do Brasil é 'lutar pela democracia'? Destruir patrimônio público ou privado significa ser 'antifascista'? Violência, depredação e vandalismo? Não. Devemos exercer a cidadania, os direitos e os deveres democraticamente”, disse o senador.

Plínio Valério (PSDB-AM), compartilhou um post de Sergio Moro, em que o ex-juiz e ex-ministro da Justiça diz ser “inaceitável violência ou depredação de patrimônio em protestos”.

Humberto Costa (PT-PE) afirmou que as ruas voltaram a ser ocupadas por aqueles que acreditam na democracia.

“Não engula as fake news bolsonaristas de que quem está na rua para defender a democracia é baderneiro de esquerda. As ruas voltaram a ser ocupadas por aqueles que acreditam que não há outro caminho para o Brasil a não ser a democracia. Somos mais de 70% da população”, escreveu.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)