Falta de medidas de segurança tem contaminado trabalhadores, afirma Paim

Da Redação | 20/05/2020, 16h36

Em pronunciamento nesta quarta-feira (20), o senador Paulo Paim (PT-RS) disse que trabalhadores da cadeia produtiva do setor de agroindústrias instaladas na Região Sul estão sendo contaminados com o vírus da covid-19. Segundo ele, um dos principais motivos da propagação da doença, conforme o Ministério Público do Trabalho (MPT), é a falta de equipamentos adequados de segurança para proteger a mão de obra, considerada essencial à produção de alimentos.

— Desde o início da pandemia, procuradores do trabalho instauraram 30 inquéritos civis e ajuizaram três ações civis públicas. O MPT determinou também uma lista de recomendações a serem cumpridas pelas empresas, que são: a reorganização das linhas de produção para que os trabalhadores mantenham um distanciamento mínimo de dois metros um do outro; a modificação no transporte desses funcionários que usam ônibus fretado; a não aglomeração tanto na entrada quanto na saída dos veículos. Ordenou, ainda, uma vigilância ativa por parte das empresas, para tentar localizar os casos no início e isolar as pessoas afetadas e evitar o contato entre eles. Como se vê, a vida das pessoas deve estar em primeiro lugar, pois isso é o que importa.

Paim disse que os frigoríficos do Rio Grande do Sul já assinaram acordo com o MPT para a retomada das atividades e se comprometeram em cumprir integralmente os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), bem como em acatar as normas e orientações determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo o senador, o acordo também prevê a testagem de todos os trabalhadores para a covid-19, garantindo, para isso, assistência social, cuidados nos bairros e residências dos operários, além de uma doação de R$ 1,2 milhão para dois hospitais da região.

De acordo com o senador, a pandemia tem atingindo a todos. Para ele, todas essas medidas são importantes para a manutenção da segurança e da higiene. Paim argumentou que essas são iniciativas imprescindíveis para manter as linhas de produção em plena atividade, para não se correr o risco de uma paralisação do setor, o que causaria uma grave crise de desabastecimento de proteína animal.

— Pois isso é que vai garantir a saúde, os empregos e a renda do nosso povo. Se isso não for feito, vamos ter sérios problemas na cadeia alimentar; vai faltar alimentação — afirmou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)