Humberto Costa afirma que Bolsonaro usou indevidamente rede de rádio e TV

Da Rádio Senado | 13/03/2020, 11h26

O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou, nesta sexta-feira (13), em Plenário, que vai avaliar se o presidente da República, Jair Bolsonaro, incorreu em crime de responsabilidade por ter usado a rede de rádio e televisão na noite de quinta-feira (12) para pedir que os seus apoiadores "deixem para depois" a manifestação programada para o próximo domingo em vez de comunicar o que o governo está fazendo para conter a epidemia do novo coronavírus.

Ao lembrar que um dos motivos para mobilizar a população em torno do governo foi a indefinição quanto à destinação de parte do Orçamento de 2020, Humberto Costa destacou que o acordo entre Jair Bolsonaro e parlamentares integrantes do chamado Centrão não pode ser atribuída exclusivamente ao Legislativo.

Ele acredita que o objetivo de Bolsonaro ao tratar como justas as manifestações é derrubar a democracia e implantar uma ditadura no país.

 Quer dizer, ele continua com o facão em cima do Congresso, em cima do Supremo, mobilizando a população para desrespeitar a independência e a autonomia dos poderes, em torno de um problema que ele é o maior causador.

Humberto Costa ainda disse concordar com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, criticou o ministro da Economia, Paulo Guedes, por não apresentar, em reunião com parlamentares nesta semana, qualquer proposta do governo para o enfrentamento ao coronavírus num curto prazo.

O senador petista não sabe se Guedes não apresentou nada por determinação do governo ou porque não tem um plano para enfrentar as consequências sociais e econômicas da pandemia.

As únicas medidas apresentadas pelo governo para o enfrentamento de todas as crises — sanitária, econômica e financeira — estão sendo adotadas há algum tempo e não surtiram os efeitos desejados, disse o senador. E isso, segundo ele, passa a sensação de que o país não tem uma liderança que aponte um caminho.

 É corte de gastos, é privatização, é limitação orçamentária, é tudo. E não deu certo. Continuam milhões desempregados, esse crescimento econômico pífio, o aprofundamento da pobreza, da desigualdade, a volta da fome, o sofrimento dos mais pobres.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)