Senado entrega Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara

Da Redação | 11/12/2019, 17h10

O Senado promoveu nesta quarta-feira (11) a sessão de premiação da Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara, destinada a personalidades que tenham oferecido contribuição relevante à defesa dos princípios internacionais que servem para proteger, garantir e respeitar o ser humano.

As instituições homenageadas foram a Comunidade Nova Aliança, que atua na reabilitação e ressocialização de dependentes químicos, e a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brasília, que trabalha em busca de um atendimento humanizado na saúde pública para as pacientes.

Ainda na área da saúde, receberam a Comenda a Irmã Silvia Vecellio Sai, pelo seu trabalho à frente do Hospital São Julião (MS), referência no tratamento de hanseníase na América Latina, e o Frei Hans Stapel, precursor da Fazenda da Esperança, centro de recuperação para dependentes químicos da Igreja Católica.

Trabalhando diariamente com a questão das drogas, Frei Hans fez um apelo aos senadores durante seu discurso. Para ele, todos os projetos que tramitam no Congresso sobre liberação de uso de psicoativos devem ser rejeitados. Ele argumentou que as consequências de se subestimar as drogas são perigosas para o Estado e, principalmente, para os jovens, disse.

— Eu peço a todos: olhem para a nossa juventude. Não tenham coragem de dizer 'sim' para matar esses jovens. Eu peço que também não só um grupo pequeno decida sobre a vida de tantos brasileiros. Tem-se que ouvir o povo, escutar pais, mães, quanta gente está contra. Escutem! — pediu.

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Regina Alves, também foi condecorada pelo seu trabalho de combate à pedofilia e na proteção da infância, e ratificou o pedido de Frei Hans. Para ela, todos os discursos com a finalidade de legalizar as drogas no Brasil são “lindos, mas mentirosos”.

— Não vamos resolver nenhum problema legalizando as drogas no Brasil. Meu desejo é de que hoje possa ser um marco inicial para que esta Casa realmente se posicione contra a legalização — afirmou.

Vulnerabilidade

Foram ainda homenageados Aleixo Paraguassú Netto, idealizador do Instituto Luther King, entidade educacional gratuita para jovens e adultos em situação de vulnerabilidade socioeconômica; Rosa Geane, promotora de ações de enfrentamento, prevenção e combate à violência doméstica; e Marcos Dionísio Medeiros Caldas, in memoriam, pelo seu trabalho na defesa das minorias e dos Direitos Humanos.

Todos eles, disse a senadora Leila Barros (PSB-DF), desenvolvem trabalhos em prol da sociedade, à parte do governo, e merecem ganhar uma Comenda que saúda Dom Hélder Câmara, o único brasileiro indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz.

— Todos os homenageados, de alguma forma, são exemplos a serem seguidos, inspirações no que se refere à promoção da solidariedade e dos direitos humanos, ainda mais para nós, congressistas, afinal, o que a maioria dos homenageados faz de forma voluntária e abnegada, para servir e defender quem mais precisa, é para nós parlamentares um dever constitucional — disse Leila.

O mesmo ressaltou o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que presidiu a Mesa. Segundo ele, essas pessoas atuantes no terceiro setor são exemplo de “vida, trajetória e compromisso” com a sociedade. Para o parlamentar, os homenageados reforçam a atitude de que é preciso dissociar disputas ideológicas e político-partidárias da preservação e da defesa do direito do cidadão brasileiro.

— É importante apartar completamente o momento conturbado, sob o ponto de vista da política, daquilo que é mais importante, que é a defesa inalienável, inarredável do direito do cidadão brasileiro — disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)