CPI sobre situação de familiares de vítimas da Chapecoense será instalada na quarta

Da Redação | 10/12/2019, 11h18

Nesta quarta-feira (11), às 9h, será feita a instalação e eleição dos membros da comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre a situação dos familiares de vítimas do acidente de avião com a equipe da Chapecoense, ocorrido em 28 de novembro de 2016. A CPIChape será composta por 11 membros titulares e 7 suplentes.   

A CPI tem a finalidade de apurar, no prazo de 180 dias, a situação dos familiares das vítimas da queda do avião que transportava jogadores, comissão técnica e diretoria da Associação Chapecoense de Futebol, assim como a situação dos familiares dos jornalistas e convidados que perderam suas vidas. O grupo também deverá investigar e identificar o motivo de os familiares ainda não terem recebido as devidas indenizações pelas 71 pessoas mortas no acidente.

O requerimento de criação da CPI, de autoria dos senadores Jorginho Mello (PL-SC) e Nelsinho Trad (PSD-MS), contou com o apoio de vários senadores, entre eles: Eduardo Girão (Podemos-CE), Reguffe (Podemos-DF), Soraya Thronicke (PSL-MS), Marcos do Val (Podemos-ES), Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), Cid Gomes (PDT-CE), Izalci Lucas (PSDB-DF), Vanderlan Cardoso (PP-GO), Marcelo Castro (MDB-PI), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Zenaide Maia (Pros-RN), Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Styvenson Valentim (Podemos-RN)

Maior controle

De acordo com Jorginho, a queda do avião da Chapecoense poderia ter sido evitada se houvesse um controle maior sobre as empresas aéreas em relação ao cumprimento regras básicas de segurança, avaliação documental da aeronave e da empresa aérea. O descontrole foi agravado, no caso do time catarinense, pelo fato de o avião não ter combustível suficiente para chegar ao destino, diz. Segundo o senador, não há discussão quanto ao fato de caber ou não indenização às vítimas, mas sim quanto ao porquê da demora tão grande no pagamento das indenizações.

“Outro ponto que merece ser analisado refere-se ao valor que a seguradora [Bisa] e os resseguradores [liderados pela Tokio Marine, uma das maiores seguradoras do mundo, com amplos negócios no Brasil, incluindo os seguros envolvendo a Petrobras] ofereceram aos familiares através de um autodenominado Fundo Humanitário, que exige daqueles que o receberem a quitação total e irrestrita de todos os envolvidos no acidente, inclusive a seguradora e resseguradoras, valor este irrisório, demonstrando um grande descaso e desrespeito com aqueles que ainda sofrem pela morte de seus entes queridos, e essas empresas faturam milhões de reais dos cidadãos brasileiros e do erário público”, destaca o senador. 

O parlamentar acrescenta, ainda, que “é uma vergonha que tal demanda tenha tido a necessidade de vir até o Senado da República sem ter ainda um desfecho e sem terem os familiares recebido as indenizações que lhes são de direito”.  

A instalação da CPI ocorrerá na sala 2 da Ala senador Nilo Coelho.

Morgana Nathany, com supervisão de Sheyla Assunção

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)