Audiência mostra andamento de Centros de Desenvolvimento Regional

Da Redação | 05/12/2019, 14h08

O Programa de Centros de Desenvolvimento Regional (CDR) apresentou os alvos e projetos selecionados na Paraíba, no Rio Grande do Sul e no Distrito Federal em audiência pública nesta quinta-feira (5) na Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR). O programa foi eleito como a política pública a ser avaliada pelo colegiado. 

Os centros se originaram de um projeto em conjunto, desenvolvido pelo Ministério da Educação, o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e o Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados (Cedes). Em 2017 foram criados quatro centros: em Campina Grande (PB), Itapeva (SP), Bagé (RS) e no Distrito Federal e seu entorno.

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF), presidente da comissão e autor do requerimento para a realização da audiência, explicou que a finalidade do debate era conhecer as metodologias de trabalho, a escolha dos alvos temáticos, a carteira de projetos e a busca por financiamento dos CDRs.

De acordo com a assessora técnica do CDR da Paraíba, Maria de Fátima Martins, o programa vem para resolver muitos problemas relacionados às políticas públicas, que geralmente vêm de cima para baixo sem conhecer as realidades locais.

— Em Campina Grande, na Paraíba, a gente tem uma região de 39 municípios. Essa região geoadministrativa foi selecionada para que o piloto fosse rodado lá. Por que a gente escolheu essa região? A maioria dos municípios têm problemas seriíssimos. Mais de 90% dependem da renda da administração pública, ou seja, não têm atividade econômica — informou.

Segundo Maria de Fátima, embora seja uma região carente, existe uma boa base científica, com muitos cursos de pós-graduação voltados ao desenvolvimento regional. Então, o Centro de Desenvolvimento Regional veio para integrar a academia, a comunidade e as indústrias. A assessora técnica explicou que foi feito um fórum, em que se definiram objetivos estratégicos, os alvos e, desse modo, foram selecionados sete projetos para a região. Os alvos foram cinco: as formas de acesso e utilização de recursos hídricos; o apoio à agricultura familiar; a recuperação de áreas degradadas; a geração e utilização de fontes renováveis de energia e o apoio às atividades de maior vocação econômica.

— Todos esses projetos que foram identificados já têm algum experimento lá na Paraíba. Ou seja, não é um projeto que a gente não sabe que pode dar certo. É um projeto que já está funcionando em outras áreas e que pode ser desenvolvido melhor — disse.

No Distrito Federal, de acordo com o coordenador do CDR, Neantro Saaveda Rivano, os alvos temáticos são a agricultura familiar; ferramentas digitais para planejamento e gestão; saúde; saneamento e recursos hídricos; economia criativa e turismo e energias renováveis.

O CDR-DF existe há mais de um ano e meio e foram selecionados 32 projetos no total, sendo a maioria voltada para o alvo de recursos hídricos e saneamento, seguido pela agricultura familiar.

Segundo Neantro, o foco agora é a articulação com as entidades de fomento, trabalho que já foi iniciado.

— Nós já estamos em contato com várias instituições, como a FAP-DF [Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal], a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste, a Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior], a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal e outras — explicou.

No Rio Grande do Sul, o CDR fica em Bagé, na região de Campanha. A representante do CDR do estado, Elizabeth Cristina Drumm, explicou que, pela primeira vez, a região conseguiu se unir para pensar em ações voltadas ao turismo.

— Houve uma convergência de ações e o turismo foi destacado. Este ano nós aprovamos R$ 800 mil e alguns projetos foram destacados — afirmou.

A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) parabenizou o Ministério do Desenvolvimento Regional e disse que o programa traz o diagnóstico do que é necessário para deixar as pessoas mais felizes. Segundo a senadora, há consenso em que se deve investir em educação, ciência, tecnologia e inovação.

— Eu costumo dizer que sem educação, ciência, tecnologia e inovação, nem democracia se tem. Porque normalmente os ditadores acham que eles são donos da verdade. Chegam a ciência e a tecnologia e provam que não é assim — opinou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)