UFSC recebe homenagem pela gestão das fortalezas da ilha de Santa Catarina

Da Redação | 21/11/2019, 19h19

Os 40 anos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) como responsável pelo gerenciamento, guarda, manutenção e conservação das fortalezas históricas do litoral catarinense foram comemorados em Sessão Especial do Senado nesta quinta-feira (21). A UFSC gerencia as fortalezas de Santa Cruz de Anhatomirim, de Santo Antônio de Ratones e de São José de Ponta Grossa, construções que integravam o antigo sistema defensivo criado pela Coroa Portuguesa para a defesa da ilha de Santa Catarina.

O senador Esperidião Amin (PP-SC), um dos autores do requerimento de homenagem, destacou a importância das antigas fortificações, que contam parte da turbulenta história da instituição da República. As fortalezas de Santa Cruz de Anhatomirim e de Santo Antônio de Ratones estão entre as 19 fortalezas brasileiras indicadas à Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para se tornarem Patrimônio da Humanidade.

Além de destacar a administração das fortalezas pela universidade, Esperidião Amin saudou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) pelo esforço de restauração e conservação dos monumentos e a Marinha pela sensibilidade de ceder suas instalações.

— Creio que essa conjugação de esforços é bom exemplo de cooperação, não pelo passado, mas pelo futuro — resumiu.

Visitação

A deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania-SC) lembrou que a UFSC tem deixado o patrimônio histórico em condições dignas de visitação, e a deputada federal Angela Amin (PP-SC) sublinhou o envolvimento da universidade e das instituições de apoio na preservação da história.

— O mais importante é a mudança de postura dos cidadãos quanto à necessidade de preservar o que foi construído por nossos antecessores — disse Angela Amin.

A abertura à visitação pública das fortalezas para realização de atividades de turismo, educação, cultura e lazer foi enaltecida pelo reitor da UFSC entre 1988 e 1992, Bruno Rodolfo Schelemper Junior, que lembrou das condições de abandono em que as estruturas se encontravam antes da gestão pela universidade. Chefe de restauração das fortalezas da ilha de Santa Catarina, Roberto Tonera afirmou que as “ruínas” se tornaram um “quase Patrimônio da Humanidade”. Também ex-reitor da UFSC, Lúcio Botelho lembrou que, segundo estudo, a visita às fortificações antigas faz o turista aumentar sua permanência em Santa Catarina.

— Um patrimônio que era considerado como empecilho, como fonte de gastos, hoje vemos por uma perspectiva mais ampla — definiu.

A secretária de cultura e arte da UFSC, Maria de Lourdes Alves Borges, classificou as fortalezas como um patrimônio valioso e peculiar que é mantido apesar dos baixos recursos.  A superintendente do Iphan em Santa Catarina, Liciane Janine Nizzola, disse que espera reconhecimento a um patrimônio histórico que poucos estados têm; e a presidente do Iphan, Kátia Santos Bogéa, disse que a UFSC dá exemplo ao Brasil.

— Estamos legando às futuras gerações a possibilidade de conhecer sua identidade — declarou Bogéa.

O atual reitor da UFSC, Ubaldo Cesar Balthazar, manifestou reconhecimento a todas as pessoas e instituições que atuaram nos 40 anos de preservação das fortalezas.

— O papel de cada uma de nossas instituições é preservar nossas memórias, construindo uma nação da qual possamos nos orgulhar.

Também se pronunciaram o ex-reitor da UFSC Antonio Diomário de Queiroz e a presidente da Fundação Catarinense de Cultura, Ana Lúcia Coutinho.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)