Sessão especial no dia 21 celebrará a canonização de Irmã Dulce

Da Redação | 12/11/2019, 10h03

A canonização de Irmã Dulce pelo Papa Francisco, que ocorreu em 13 de outubro no Vaticano, será comemorada em uma sessão especial do Plenário no dia 21, às 10h. O requerimento foi feito pela senadora Kátia Abreu (PDT-TO). A sessão havia sido inicialmente marcada para 31 de outubro, mas foi adiada.

Batizada como Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, ela era a segunda filha do professor universitário e dentista Augusto Lopes Pontes e da dona de casa Dulce de Souza Brito. Nasceu em Salvador, em 1914, e, a partir de 1921, adotou o nome da mãe. A religiosa dedicou-se à missão de ajudar as comunidades pobres da capital baiana e ficou reconhecida ao longo da vida pela devoção ao próximo, sobretudo os doentes e necessitados. Ela criou e ajudou a criar várias instituições filantrópicas, como o Hospital Santo Antônio, que atende milhares de pessoas todos os dias.

Dulce foi beatificada em 2011, quando passou a ser reconhecida como beata Dulce dos Pobres. Após a canonização, tornou-se Santa Dulce dos Pobres e se tornou a primeira santa nascida no Brasil.

Para Kátia Abreu, a canonização da Irmã Dulce é um marco histórico e religioso que merece ser celebrado, pois o Brasil tem a maior população católica do mundo.

“Relembrar a história e o exemplo da beata que muito contribuiu para a sociedade brasileira é um dever do parlamento, concebido para defender o interesse público e da maioria. Comemorar esse evento histórico é, portanto, uma forma de ampliar o olhar dos políticos, autoridades e instituições diversas para os indigentes, doentes, crianças abandonadas, desempregados e todos o excluídos socialmente”, defende a parlamentar no requerimento.

Homenagens

O requerimento obteve o apoio dos senadores Álvaro Dias (Podemos-PR), Eduardo Braga (MDB-AM), Eliziane Gama (Cidadania-MA), Elmano Férrer (Podemos-PI), Jean Paul Prates (PT-RN), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Vanderlan Cardoso (PP-GO) e Zenaide Maia (Pros-RN). Diversos parlamentares também se manifestaram sobre o assunto em sessões no Plenário.

O senador Otto Alencar (PSD-BA), que conheceu a Irmã Dulce quando trabalhou no Hospital Santo Antônio, ressaltou a importância do trabalho exercido pela santa.

— Não teve o poder de ser política, prefeita, deputada, senadora, governadora, mas fez uma obra que talvez, reunindo aqui, poucos pudessem fazer com o poder que têm: atender a tantas pessoas. São 4,5 milhões de atendimentos anuais no seu hospital e nas suas obras sociais, com excelência de atendimento, com cirurgias de alto nível, com oncologia, com escola para educar as crianças. Esse é um exemplo que deveria ser seguido por todos — disse o parlamentar.

Randolfe também destacou a presença de Irmã Dulce no imaginário popular e afirmou que o ideal de igreja é a devoção aos mais pobres.

— Está lá no ensinamento de Cristo: é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que o rico entrar no reino dos céus. E ele, quando dizia não fazer acepção de pessoas, não dizia que o rico lá não entrava. Ele dizia que a opção da igreja dele, da comunidade dele, que a opção preferencial da religião que ele fundava tinha que ser a escolha dos mais pobres. E poucas pessoas na história humana fizeram mais pelos mais pobres do que Dulce — disse Randolfe.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)