Subcomissão que investiga possível favorecimento a empresa em Itaipu vota plano de trabalho

Da Redação | 24/10/2019, 19h12

A subcomissão responsável por buscar informações sobre uma possível tentativa de favorecimento ilegal a uma empresa brasileira que atua no setor de energia, a Leros, realiza sua primeira reunião na terça-feira (29), a partir das 15h. O colegiado funciona no âmbito da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Será votado requerimento do senador Jaques Wagner (PT-BA), relator da subcomissão, que propõe um plano de trabalho com realização de pelo menos duas audiências públicas sobre o assunto, com a presença de representantes dos ministérios de Minas e Energia e Relações Exteriores e especialistas no setor elétrico. O plano ainda inclui viagem ao Paraguai, visando, segundo o requerimento, “diálogo construtivo de alto nível” com as autoridades daquele país.

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) é o presidente da subcomissão, que também tem a participação do senador Telmário Mota (Pros-RR). A subcomissão terá 60 dias para concluir seus trabalhos, podendo o prazo ser prorrogado por igual período.

Entenda o caso

Ao propor a criação do colegiado, Jaques Wagner afirmou que a imprensa e a opinião pública brasileira acompanham "com grande apreensão os dramáticos acontecimentos que se desenrolam no Paraguai", referentes à renegociação com o Brasil sobre a energia contratada junto à Itaipu Binacional. A renegociação teria causado “enorme comoção” devido ao risco de aumento do preço da energia para os consumidores paraguaios.

A crise levou à queda do ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Luís Castiglione, e várias outras autoridades governistas, além de ameaçar de impeachment o próprio presidente paraguaio, Mario Abdo. Wagner avalia que, se as relações com o Paraguai piorarem, o Brasil corre o risco de ficar sem a energia excedente de Itaipu.

"Agravando o quadro, a imprensa paraguaia divulgou, com base em mensagens trocadas por autoridades, que teria havido a tentativa de favorecimento ilegal à Leros. É preciso reconhecer que a renegociação resultou desastrosa para o Brasil também”, observou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)