Para Jaques Wagner, condenação de Lula caracteriza perseguição política

Da Redação | 01/10/2019, 19h03

O senador Jaques Wagner (PT-BA) classificou como perseguição política a prisão do ex-presidente Lula, que cumpre pena por condenação no caso do triplex em Guarujá (SP). Durante pronunciamento nesta terça-feira (1º), o parlamentar disse que sobram elementos que confirmam a perseguição. Wagner citou trechos do livro “Nada Menos que Tudo”, de autoria do ex-procurador-geral, Rodrigo Janot e assinado pelos jornalistas Jailton Carvalho e Guilherme Evelin.

Em um dos capítulos, conforme citou Jaques Wagner, o então procurador declara que teria sido pressionado por membros da Operação Lava Jato a denunciar imediatamente o ex-presidente por organização criminosa “nem que para isso tivesse que deixar em segundo plano outras denúncias em estágio mais avançado", citou.

Ainda de acordo com Janot, acrescenta o senador, o Ministério Público estaria sendo pressionado a acusar Lula e outros políticos do PT com foro no Supremo Tribunal Federal (STF) para dar lastro à denúncia apresentada pela equipe da Lava Jato ao então Juiz Sergio Moro, em Curitiba. Isso, como citou o senador, era o que daria base jurídica para o crime de lavagem de dinheiro imputado pela Operação ao ex-presidente.

— Em 15 de setembro, Dallagnol [procurador e coordenador da Lava Jato] deu a famosa coletiva, em que não apresentou provas, mas externava as suas convicções: "Provas são pedaços da realidade que geram convicção sobre determinado fato ou hipótese." E por aí segue o ex-procurador-geral, até concluir, primeiro, que Dallagnol quase que exigia: "se você não fizer a denúncia, a gente perde a lavagem", aspeado pelo doutor Rodrigo Janot — citou.

Jaques Wagner disse esperar que o STF cancele toda a ação e declare a inocência do ex-presidente Lula, já que, na sua avaliação, a condenação se deu com base em um “processo eivado de vícios e de erros”.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)