Coleção Escritoras do Brasil tem novo lançamento na Bienal do Livro do Rio

Da Redação | 05/09/2019, 21h13

O Senado lança nesta sexta-feira (6), durante a 19ª Bienal do Livro do Rio de Janeiro, mais um volume da Coleção Escritoras do Brasil.  Ânsia Eterna,  de Júlia Lopes de Almeida (1862-1934), uma das "mães" da Academia Brasileira de Letras, será relançado 116 anos depois da publicação original, com a presença do neto da escritora, o arquiteto Cláudio Lopes. O lançamento está marcado para 19h, no Auditório Lapa do Pavilhão Verde da Bienal, no Riocentro.

Quem juntou as peças e fez desta reedição o segundo volume da coleção foi o Senado. A série de publicações é uma homenagem a mulheres marcantes na literatura nacional, mas que não tiveram, à sua época, o reconhecimento merecido. É o caso de Júlia Lopes, romancista, contista, teatróloga, que, por ser mulher,  não conseguiu entrar para a ABL. Em seu lugar, assumiu a cadeira n° 3 seu marido, o jornalista Filinto de Almeida, que ficou conhecido como acadêmico consorte, ele próprio um reconhecedor de que o assento era em homenagem à esposa.

Júlia Lopes de Almeida integrava o grupo de escritores e intelectuais que planejou a criação da ABL. Seu nome constava da primeira lista dos 40 imortais que fundariam a entidade. Na primeira reunião, porém, seu nome foi excluído. Os fundadores optaram por manter a Academia exclusivamente masculina, seguindo o modelo da Academia Francesa. Apenas em 1977 a ABL elegeu a primeira mulher imortal, Rachel de Queiroz.

Com 195 páginas e 30 contos reunidos, Ânsia Eterna conduz o leitor por salões, paços e praças em descrições detalhadas e desfechos surpreendentes.

Braile

A única gráfica pública a imprimir em braile no Brasil é a do Senado. E nesta sexta, também durante a Bienal do Rio, serão doados 18 livros para organizações que atendem a pessoas cegas: a União dos Cegos do Brasil, o Instituto Benjamin Constant e o Sodalício da Sacra Família, todas do Rio de Janeiro.

Entre as obras selecionadas para a doação estão cópias do Estatuto do Idoso e da Pessoa com Deficiência, além da Lei Maria da Penha. A presidente da União dos Cegos, Rosa Cordovil, explica que a doação carrega a importância simbólica de incluir o cego em um evento tão importante quanto a Bienal.

— Ele se percebe como pertencente do espaço cultural, consegue sentir a sensação de ir a uma livraria e adquirir um título — afirma.

Com 95 anos de existência, a instituição dirigida por Rosa trabalha para inserir a pessoa cega no mercado de trabalho. Já são 200 cegos empregados como auxiliar em radiologia, conta a presidente.

Também participam do evento o diretor do Instituto Benjamin Constant, João Ricardo Melo Figueiredo; a assessora da Direção-Geral, Maria da Glória de Souza Almeida; o diretor do Departamento de Educação, Luigi Amato Bragança Amorim; e o diretor do Departamento Técnico Especializado, Jefferson Gomes de Moura.

Da Assessoria de Imprensa da Diretoria-Geral do Senado

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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