Comissão mista de MP que altera o saque do FGTS aprova plano de trabalho

Da Redação | 03/09/2019, 17h37

A comissão mista instalada para analisar a Medida Provisória 889/2019, que traz novas regras para a movimentação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), aprovou o plano de trabalho elaborado pelo relator, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta terça-feira (3).

Pelo plano aprovado, serão realizadas três audiências públicas em setembro para discutir as questões relacionadas ao FGTS e ouvir autoridades, como o ministro da Economia, Paulo Guedes; o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto; o presidente do BNDES, Gustavo Montezano; o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto; o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães; o presidente da Federação Brasileira de Bancos, Murilo Portugal Filho, e o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Rodrigues.

Além disso, serão convidados representantes do Conselho Curador do FGTS; da CUT e da Força Sindical, pois, segundo o relator, é necessário que haja diálogo com representantes da classe trabalhadora.

Presidida pelo senador Chico Rodrigues (DEM-RR), a comissão foi instalada em agosto no Congresso para analisar a MP 889, que precisa ser aprovada até o dia 20 de novembro para não perder a validade. Por isso, a proposta aprovada é que o parecer seja discutido e votado no dia 3 de outubro.

Saque imediato

O FGTS só pode ser movimentado pelo trabalhador em algumas hipóteses, como demissão sem justa causa, aposentadoria, certas doenças e financiamento imobiliário. A MP 889 cria uma nova modalidade, a do “saque-aniversário”: uma vez por ano, o trabalhador poderá sacar uma quantia limitada de sua conta. Além disso, ele terá acesso integral ao rendimento do dinheiro guardado. A MP também permite o saque imediato de até R$ 500.

Além disso, cria novas regras para a movimentação dos fundos do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), que afetam apenas quem trabalhou com carteira assinada entre 1970 e 1988, permitindo que os beneficiários extraiam, a partir de agosto, a totalidade dos seus saldos.

A partir de setembro — e até março de 2020 —, todos os trabalhadores com contas ativas ou inativas do FGTS poderão sacar até R$ 500. Correntistas da Caixa Econômica Federal terão o valor creditado automaticamente e devem informar ao banco, caso não queiram.

Segundo a exposição de motivos do governo, a MP 889/2019 busca estimular o consumo das famílias e reduzir o endividamento de parcela expressiva da população.

— Teremos um aumento de 2,57% na produtividade do trabalhador brasileiro, adição de empregos com carteira assinada na casa de R$ 3 milhões e expansão no volume de contribuição do FGTs de cerca de R$ 11,3 bilhões em dez anos. Para os empregadores, não trará qualquer efeito negativo, uma vez que as alíquotas dos depósitos do FGTS permanecem inalteradas — explicou o senador Chico Rodrigues em entrevista à Rádio Senado.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)