CRE aprova indicados para embaixadas em Cingapura, Malásia e Romênia

Da Redação | 08/08/2019, 19h24

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) sabatinou e aprovou, nesta quinta-feira (8), três indicados para embaixadas. A diplomata Maria Laura da Rocha vai chefiar a embaixada do Brasil na Romênia. A embaixada brasileira em Cingapura terá como chefe a diplomata Eugenia Barthelmess. O diplomata Ary Norton de Murat Quintella será o embaixador na Malásia. Ele vai acumular o cargo com a representação brasileira no Brunei. As indicações ainda precisam ser confirmadas em Plenário.

Os senadores Roberto Rocha (PSDB-MA), Esperidião Amin (PP-SC), Flávio Arns (Rede-PR), Chico Rodrigues (DEM-RR) e Marcio Bittar (MDB-AC) elogiaram as exposições dos diplomatas. Segundo Bittar, os indicados estarão indo para regiões estratégicas e certamente representarão bem o Brasil. As sabatinas foram coordenadas pelo presidente da comissão, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que desejou sucesso aos diplomatas em suas novas missões.

Romênia

Maria Laura da Rocha apresentou um panorama das relações entre Romênia e Brasil. Ela informou que aquele país tem 20 milhões de habitantes, sendo o 7º mais populoso da União Europeia — da qual é membro desde 2007. Segundo a diplomata, a economia romena vem demonstrando bons índices de crescimento, ultrapassando os 21% nos últimos quatro anos. Os negócios externos chegam a representar 74% do produto interno bruto romeno, mas o Brasil está apenas em 30º lugar entre os principais exportadores para a Romênia.

A diplomata, que teve a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) como relatora de sua indicação, destacou acordos bilaterais e ressaltou que existe um grupo de empresários romenos interessados em negócios com o Brasil. Maria Laura também informou que há um acordo entre as academias de letras dos dois países, para a promoção da literatura brasileira e romena.

Cingapura

A diplomata Eugenia Barthelmess, cuja indicação foi relatada pelo senador Marcio Bittar, apresentou alguns dados sobre Cingapura. Ela destacou que a localização de Cingapura é estratégica para o comércio entre países do Oriente e do Ocidente. É por lá que passam, por exemplo, as exportações do Brasil para a China. Segundo Eugenia Barthelmess, apesar de ser um país pequeno, com menos de 6 milhões de habitantes, Cingapura hoje é um dos grandes atores comerciais, com a 34ª economia mundial, sendo o 10º maior importador e exportador do planeta.

— Cingapura tem o maior porto do mundo e uma importante cultura de poupança doméstica. Existe um espaço para a ampliação do volume de investimentos de Singapura em nosso país — afirmou Eugênia, acrescentado que aquele país é o 11º destino das exportações brasileiras.

Malásia e Brunei

O diplomata Ary Norton de Murat Quintella registrou que a Malásia e Brunei foram colônias britânicas e têm histórias e culturas muito ricas. Malásia tem 32 milhões de habitantes. Conforme informou Quintella, o país tem uma monarquia eletiva, em que um rei é eleito a cada cinco anos. Ele ainda destacou que a economia local vem registrando crescimento entre 4% e 5% do PIB nos últimos anos. Brunei, com pouco mais de 400 mil habitantes é um pequeno território dentro da ilha de Bornéu, que em parte pertence à Malásia. A economia de Brunei tem foco nas exportações dos seus recursos minerais, como o petróleo e o gás natural.

— O Brasil é o principal parceiro comercial da Malásia na América Latina. A Malásia é importante para o Brasil por conta de sua posição geográfica, por estar em uma região que é uma das áreas mais pujantes da economia mundial. É um importante entreposto comercial do mundo — declarou o diplomata, lembrando que as exportações brasileiras para a Malásia estão focadas em commodities.

Questionado pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) sobre o avanço do Acordo do Pacífico, Ary Quintella respondeu que a Malásia chegou a assiná-lo. No entanto, há sinais de que o novo governo local não quer ratificar o acordo, devido a divergências sobre questões de propriedade intelectual. A saída dos Estados Unidos também teria tornado o acordo menos interessante para a Malásia. Ary Quintella teve sua indicação relatada pelo senador Esperidião Amin.

Subcomissão

Logo depois das sabatinas, a CRE aprovou a criação do Grupo Parlamentar Brasil-Israel (PRS 44/2019). O relatório da senadora Mara Gabrilli foi lido pelo senador Jaques Wagner (PT-BA). Ele disse que se sentia honrado em ler o texto, pelo fato de ser judeu.

A comissão também aprovou a criação de uma subcomissão, com três membros titulares e outros três suplentes, para, no prazo de 60 dias, buscar informações sobre uma suposta tentativa de favorecimento ilegal a uma empresa brasileira que atua na área de energia. Para essa empresa teria sido prometida a venda, em condições especiais, de energia excedente vinda do Paraguai. O presidente Nelsinho Trad elogiou a iniciativa do requerimento, de autoria de Jaques Wagner:

— Quero parabenizar o senador Jaques Wagner pela iniciativa. Realmente é um assunto que precisa ser colocado em total transparência. Na próxima reunião, nós já anunciaremos os integrantes da subcomissão — declarou Trad.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)