Relações entre Brasil e Marrocos atingiram ‘um patamar mais alto’, garante diplomata

Da Redação | 27/06/2019, 17h45

Os acordos assinados no dia 13 de junho pelos ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araujo, do Brasil, e Nasser Bourita, do Marrocos, durante visita oficial deste ao Brasil, devem levar as relações entre os dois países a "um patamar novo e mais alto". Este foi o ponto de vista apresentado pelo diplomata Julio Bitelli durante sabatina nesta quinta-feira (27) na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CRE), quando teve seu nome aprovado para chefiar a embaixada brasileira na capital marroquina, Rabat.

— Os acordos são variados e importantes. Destaco o acordo para evitar a bitributação em transporte aéreo e marítimo, uma reivindicação antiga deles. Sabemos a importância que atingiu a ligação diária aérea entre São Paulo e Casablanca, viabilizada pela Royal Air Maroc. Dá uma densidade e qualidade às nossas relações que é muito relevante. A falência da Avianca por exemplo já vem afetando o fluxo turístico entre a Colômbia e o Nordeste brasileiro. Preservar a ligação aérea e evitar a bitributação é muito positivo — defendeu.

Bitelli também destaca o acordo de cooperação e facilitação de investimentos (ACFI), que deve diversificar a pauta bilateral. Hoje, o Brasil basicamente compra só fosfato do Marrocos, enquanto eles compram milho, açúcar, pimenta e tabaco do Brasil. O diplomata também vê um bom potencial no acordo de cooperação na área de defesa, que abre o mercado marroquino a nossos produtos.

— O Marrocos tem o terceiro maior orçamento da África em defesa. É um país que tem vizinhos complexos, relações complicadas com alguns deles, e devemos fornecer produtos. Eles já estão negociando com a Embraer e a Avibras — disse.

O presidente da CRE, Nelsinho Trad (PSD-MS), manifestou sua esperança de que esta aproximação incremente as trocas comerciais. Ele lamentou que entre 2012 e 2018 o intercâmbio entre os dois países caiu muito, diminuindo de US$ 2,2 bilhões para US$ 1,4 bilhão. Bitelli admitiu que a queda deve-se à recessão e forte crise econômica que se abate sobre o Brasil há vários anos.

O diplomata ainda informou que o Marrocos tem mais de 50 acordos de livre-comércio em vigor, incluindo acordos deste tipo com os Estados Unidos e a União Europeia. Esses acordos são fundamentais na modernização da infraestrutura e da economia marroquina como um todo, segundo ele. A análise do nome de Bitelli segue agora para o Plenário do Senado.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)