Paulo Paim relembra abolição e cita desumanidade do período

Da Rádio Senado | 13/05/2019, 16h37

O senador Paulo Paim (PT-RS) disse em Plenário que o dia 13 de maio, quando se celebra a abolição da ascravatura no país, é uma data simbólica para que não seja esquecido o longo período de desumanidade que constituiu a escravidão. Ele lembrou que a Lei Áurea foi aprovada no Brasil somente após pressão da Inglaterra, a qual não aceitava o vergonhoso tráfico de africanos.

O senador destacou que o negro obteve a alforria, mas não foi beneficiado por uma política de inserção social. Ele citou como resquícios da exploração, o trabalho precário e a remuneração “espúria”. Para ele, o estado brasileiro aboliu a escravidão mas não ofereceu garantias de tratamento igualitário.

Paim apresentou uma série de dados que, na sua avaliação, comprovam a existência de racismo no Brasil. Entre eles, citou informações do Atlas da Violência de que a cada cem pessoas assassinadas no país, 71 são negras. Para ele, os negros são afetados com maior gravidade por medidas de redução de garantias sociais, como foi a reforma Trabalhista e está sendo agora com a a reforma da Previdência.

Um país que não impulsiona a sua população para a dignidade não avança, jamais avançará. São muitas as situações em que a limitação de direitos afeta em cheio exatamente o povo que é discriminado. Temos visto que esse é o caso das reformas trabalhista, previdenciária, a própria Emenda 95, que congelou os investimentos públicos por 20 anos, em que essas políticas afetam diretamente, como eu dizia antes, os setores vulneráveis — lamentou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)