CRE convida general Villas Bôas para debater situação da Amazônia

Da Redação | 09/05/2019, 16h30

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) agendou para quarta-feira (15) uma audiência em que pretende debater a atual situação da Amazônia brasileira. O requerimento do senador Zequinha Marinho (PSC-PA) foi aprovado nesta quinta-feira (9) e inclui entre as autoridades convidadas o general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército. Em sua longa trajetória na Força, Villas Bôas serviu durante anos na Amazônia, chegando a ocupar o comando militar entre 2011 e 2014. O general está lotado hoje no Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Também foram convidados o diretor da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, general Maynard Marques; o comandante da 8ª Região Militar (Amazônia Oriental), general Anisio David de Oliveira; e o coronel Hélio Fernandes, que é assessor especial da Vice-Presidência da República.

Zequinha explicou durante a reunião que o foco da audiência deve se dar sobre o Projeto Barão do Rio Branco, que prevê obras de infraestrutura na Amazônia. O projeto trabalha na construção de uma usina hidrelétrica do Rio Trombetas (Oriximiná), no prolongamento da BR-163, que vai de Santarém (PA) até a fronteira com o Suriname, e na construção de uma ponte elevada com 1,5 quilômetro de extensão em Óbidos (PA).

— É nesse ponto que o Rio Amazonas é mais estreito, com uma profundidade de 90 metros. Essas obras passam a integrar o Programa Calha Norte, que foi criado em 1985 devido à preocupação dos militares no que tange à causa amazônica, e a cobiça internacional sobre as reservas naturais estratégicas do nosso país — finalizou o senador.

Chapecoense

Por iniciativa do presidente da CRE, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), também será realizada outra audiência, em data a ser definida, com o objetivo de debater a atual situação das famílias das vítimas da tragédia envolvendo o time de futebol Chapecoense, cujo voo para Medellín (Colômbia) caiu no dia 28 de novembro de 2016, deixando 71 mortos e 6 feridos. A equipe ia disputar naquela ocasião a final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional.

Nelsinho relatou que decidiu se envolver na causa após reunir-se com alguns dos familiares das vítimas, que afirmaram estar desamparadas em relação ao cumprimento de direitos e obrigações por parte de diversas autoridades.

— Após quase três anos dessa terrível tragédia, permanecem pendências judiciais especialmente indenizatórias, tanto em nível nacional quanto internacional. Resolvi me engajar depois de ouvir o clamor dessas pessoas, que estão totalmente largadas à própria sorte. Nada avança no que tange às questões indenizatórias ou outros direitos. As autoridades internacionais nem lhes dão mais qualquer satisfação. É preciso construir uma repactuação e dar um mínimo de conforto para essas pessoas, que passaram por uma dor que é impossível de descrever, ao perderem seus entes queridos — disse o senador.

Para a audiência, serão convidadas a presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo da Chapecoense, Fabienne Belle, e o presidente da Chapecoense, Plinio David Filho. A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), a Secretaria de Esporte do Ministério da Cidadania, a Agência Nacional de Aviação (Anac), as direções de Aeronáutica Civil da Colômbia e da Bolívia, a empresa de aviação boliviana Lamia (dona do avião que caiu) e autoridades dos setores de fiscalização e seguros da Bolívia também devem indicar participantes.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)