Ministro do Turismo nega envolvimento com candidaturas laranja em MG

Anderson Vieira | 10/04/2019, 12h34

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, negou que tenha participado de um esquema de candidaturas laranja no PSL, em Minas Gerais, para desviar dinheiro do Fundo Partidário. Nesta quarta-feira (10), ele participou de uma audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) e foi cobrado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).

— Sempre agi dentro da legislação eleitoral e nunca fiz algum procedimento inadequado para macular a minha imagem ou a imagem do meu partido. O processo corre em segredo de Justiça e confio nas instituições Polícia Federal e Ministério Público. Esse inquérito vai ser a melhor oportunidade de provar que não tenho nenhum problema e nenhuma atitude inadequada à frente da legenda em Minas — explicou o ministro, que foi eleito deputado federal e se licenciou para assumir o cargo.

A senadora Eliziane Gama foi a única a questionar Marcelo Álvaro Antônio sobre o assunto. Ela disse que ficou indignada com as denúncias, visto que, segundo ela, as mulheres foram usadas como instrumentos pelos homens para alcançarem seus objetivos.

— Lutamos muito para chegarmos aqui. Não foi fácil, houve muita luta e empenho. E ser usada desse forma é terrível, pois traz o retrocesso e mostra para alguns uma falsa verdade de que o sistema de cotas para mulheres tem que ser eliminado, o que é muito ruim. Acho até que renderia um pedido de desculpas às mulheres brasileiras — lamentou.

A parlamentar lembrou que no governo Itamar Franco, quando algum ministro era acusado de alguma irregularidade, havia a orientação para que ele se licenciasse temporariamente até que tudo fosse apurado.

— É uma atitude que o governo Bolsonaro deveria tomar para que a gente pudesse ter de fato uma uma investigação isenta — opinou.

O senador Eduardo Gomes (MDB-TO), por sua vez, ressaltou que o PSL não é o único partido envolvido em acusações de irregularidades. Segundo ele, várias outras legendas têm explicações a dar.

— Há diversos partidos envolvidos, inclusive o partido pelo qual disputei o Senado, o Solidariedade. É preciso darmos essa amplitude ao assunto para que fique preservado o direito à defesa e o direito à informação. O assunto tem sido divulgado de uma forma até exagerada em relação ao ministro, pelo destaque da posição que ocupa. Essa é uma ação ampla, com todos os partidos sob suspeita. Uma reforma do sistema político é necessária no país — afirmou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)