Telmário Mota diz que tabela do SUS é discrepante e desatualizada

Da Redação | 18/03/2019, 17h45

Após visita ao hospital Araújo Jorge, em Goiânia (GO), referência no tratamento de câncer, o senador Telmário Mota (Pros-RR) criticou em discurso no Plenário nesta segunda-feira (18) a tabela de pagamento do Sistema Único de Saúde (SUS) aos hospitais conveniados. Ele definiu os valores da tabela como sendo totalmente discrepantes e desatualizados.

— Enquanto o hospital gasta R$ 1,2 mil por cada dose do medicamento Voriconazol, o SUS paga apenas R$ 37,78 por dose. Essa droga é essencial para pacientes que vão se submeter a transplante de medula. Isso é uma discrepância, uma anomalia. Por isso, às vezes a saúde pública perde a qualidade. Eu não sei se isso é intencional para favorecer a saúde privada ou se é uma falta de racionalidade — argumentou.

Ele citou também como sendo mais grave ainda o caso dos pacientes que precisam ser submetidos a uma Colposcopia, que é um exame considerado essencial para a detecção de câncer de colo de útero e cujo preço, em média, é de R$ 600,00 por exame. O SUS paga apenas R$ 3,38 por procedimento, o que para o senador não é suficiente nem mesmo para comprar uma luva cirúrgica.

— Portanto, esse foi um fato que me chamou muito a atenção. Essa tabela do SUS precisa ser atualizada para dar a devida qualidade e a resposta que a população espera de uma saúde pública — afirmou.

O senador aproveitou ainda para criticar a direção de um hospital de Roraima, para o qual destinou R$ 72 milhões para custeio, provenientes de emenda. Segundo Telmário, enquanto o Hospital Araújo Jorge, de Goiânia, tem o cuidado de informar anualmente como foram aplicados recursos de emendas de parlamentares de Goiás, o mesmo não ocorrer no caso do hospital de Roraima.

— Os dirigentes do hospital público de Roraima, que recebeu R$ 72 milhões, nunca me chamaram para dizer nem que tinham comprado um parafuso. Hoje, no meu estado, temos quase 500 pessoas esperando na fila por uma cirurgia ortopédica. Os idosos estão indo a óbito, porque ficam ali, paralisados, pegam pneumonia ou outra doença hospitalar e vão a óbito. Então, essa é a diferença quando o recurso chega na ponta — relatou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)