Ex-presidente da Vale apresenta atestado para adiar vinda à CPI de Brumadinho

Da Redação | 18/03/2019, 19h08

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Brumadinho recebeu nesta segunda-feira (18) documento assinado pelo ex-presidente da Vale Fabio Schvartsman, solicitando o adiamento de seu depoimento ao colegiado. A reunião para ouvi-lo está agendada para esta quinta-feira (21), a partir das 9h.

Junto com o pedido, ex-presidente da Vale enviou atestado médico de uma clínica de oftalmologia. De acordo com o atestado, Schvartsman foi submetido a uma facectomia no olho direito (cirurgia geralmente ligada à catarata) na quinta-feira (14) e deve permanecer de repouso nos sete dias posteriores à intervenção.

Schvartsman pede à presidente da CPI de Brumadinho, a senadora Rose de Freitas (Pode-ES), o reagendamento do seu depoimento para uma data futura. Ele acrescenta que tem a “mais sincera disposição e interesse em prestar depoimento e colaborar com as apurações” da comissão que investiga as causas do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, na cidade mineira de Brumadinho.

A CPI de Brumadinho tem reunião deliberativa marcada para esta terça-feira (19), a partir das 9h, para votação de requerimentos. Na ocasião, a presidente Rose de Freitas vai comunicar o recebimento do atestado médico e decidirá sobre a solicitação.

O requerimento para a convocação de Schvartsman foi assinado pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede–AP) e Otto Alencar (PSD-BA) e aprovado no dia 13 de março.

Composta de 11 senadores titulares e 7 suplentes, a comissão parlamentar de inquérito do Senado apura as causas do rompimento da barragem da mineradora Vale ocorrida em 25 de janeiro. A catástrofe deixou mais de 200 mortos e mais de cem pessoas ainda estão desaparecidas, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Além do terrível drama humano, a catástrofe causou prejuízos imensuráveis à fauna e flora da região, praticamente matando o Rio Paraopeba.

A convocação de Schvartsman é a primeira medida oficial adotada pela CPI. Ele foi designado pelo Conselho de Administração da Vale para o cargo de diretor-presidente da empresa em abril de 2017, mas está provisoriamente afastado do cargo desde 2 de março, por recomendação do Ministério Público e da Polícia Federal.

Na carta de afastamento, o executivo defendeu sua gestão dizendo que vem se dedicando a uma apuração independente dos fatos ocorridos em Brumadinho e que fez questão de atender a todas as demandas da imprensa e das autoridades. A força-tarefa que orientou o afastamento pediu ainda que Schvartsman e outros oito funcionários fossem proibidos de entrar em prédios ou instalações da mineradora, enquanto durarem as investigações.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)