Humberto Costa critica participação do ministro da Educação em audiência

Da Redação | 26/02/2019, 17h01

O senador Humberto Costa (PT-PE) disse em discurso que considera o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, despreparado para o cargo que ocupa. O parlamentar pediu que o ministro “tenha a grandeza de pedir demissão” em favor de alguém mais capacitado. Humberto garantiu que nada saiu de proveitoso e consistente da audiência promovida nesta terça-feira (26) pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) para que o ministro apresentasse os planos e as diretrizes do governo para a educação no país.

— É absolutamente inacreditável a imensa capacidade que esse governo tem de construir aberrações. São tantas, todos os dias, que gerar equívocos parece ser a única área que efetivamente funciona no governo Bolsonaro. O mais recente tem um ator já conhecido nessa arte do constrangimento, o ministro da Educação, Ricardo Veléz Rodríguez, que já disse até que o brasileiro viajando é um canibal e um ladrão.

Humberto contou que, na audiência, vários senadores instaram o ministro a pedir desculpas ao povo brasileiro por essa declaração, mas isso não se concretizou. Humberto criticou ainda e-mail enviado pelo ministro às escolas do país pedindo que o slogan de campanha eleitoral de Bolsonaro (“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”) seja lido por todos os alunos e que imagens das crianças cantando o Hino Nacional sejam gravadas e enviadas ao seu ministério e ao Palácio do Planalto.

— Há nesse tipo de conduta um rosário de barbaridades sem precedentes no recente passado brasileiro. É completamente assombroso que o ministro da Educação determine que dentro do ambiente escolar crianças e adolescentes sejam filmados, sem consentimento ou autorização legal dos pais, num total desrespeito aos direitos elementares resguardos pela Constituição. Se isso não for improbidade administrativa, não sei mais o que é.

O senador lamentou que importantes temas de interesse da educação no país não tenham sido abordados pelo ministro:

­— Nós só podemos crer que, de tão surreal, isso só possa ser mais uma manobra diversionista desta gestão para desviar o foco dos temas urgentes e essenciais, sobre quais o ministro tem silenciado ou sido totalmente incompetente para lidar, como a proposta de privatização das universidades, a cobrança de mensalidades, a manutenção ou não do processo de eleição direta de reitores e o que fazer com o Plano Nacional de Educação (PNE).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)