Reforma da Previdência pode emperrar se não combater sonegação, adverte Kajuru

Da Redação | 19/02/2019, 16h48

Ao comentar nesta terça-feira (19) a proposta de Reforma Previdenciária, que será encaminhada ao Congresso Nacional, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) advertiu que o Executivo deve dar especial atenção à cobrança das dívidas das grandes empresas junto ao INSS e ao combate à fraude e à sonegação.

Na opinião do parlamentar, a população perceberá que os escolhidos para arcar com os custos são somente os trabalhadores e os servidores.

— Sem fazer a cobrança dos devedores, a reforma corre o risco de parecer apenas mais uma malandragem típica dos velhos conchavos das elites do poder para saquear e extorquir, uma vez mais, a população — afirmou.

Citando dados divulgados por sindicatos de bancários, Kajuru revelou que os principais devedores da Previdência Social em 2018 foram: o Banco Itaú, que teve um lucro de R$ 21,6 bilhões e deve R$ 111,8 milhões; o Bradesco com um lucro no mesmo ano de R$ 15 bilhões detém uma dívida previdenciária de R$ 575 milhões; e o Santander, que lucrou R$ 7,3 bilhões e deve R$ 218,4 milhões. Até os bancos públicos, segundo Kajuru, são grandes devedores. Ele citou o Banco do Brasil, com lucro de R$ 8 bilhões e uma dívida de R$ 209,9 milhões; e a Caixa com lucro de R$ 4 bilhões e dívida de R$ 589 milhões.

Para Kajuru são dívidas cobráveis de empresas que não estão falidas, o que abrange pelo menos um terço dos devedores. Ele reconhece que há gente que não paga porque não pode, mas define como bandidos os que não pagam os tributos propositalmente porque sempre contam com o Refis, que concede o parcelamento e o perdão de parte da dívida.

— Sem atacar duramente os caloteiros contumazes da Previdência, torna-se impossível jogar todo o sacrifício nas costas dos trabalhadores brasileiros, dos servidores, poupando protegidos das elites do poder — concluiu.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)