Ricardo Boechat era referência para o jornalismo, dizem senadores

carlos-penna-brescianini | 11/02/2019, 18h02

A morte do jornalista Ricardo Boechat, aos 66 anos, num acidente de helicóptero nesta segunda-feira (11), em São Paulo, gerou grande consternação entre senadores. Além de Boechat, morreu também o piloto Ronaldo Quattrucci. Segundo informações da Polícia Militar de São Paulo, o piloto tentou um pouso de emergência na pista do rodoanel vizinha ao trevo com a rodovia Anhanguera, mas se chocou com um caminhão que havia passado pela cancela automática do pedágio.

O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) ao abrir a sessão, anunciou ao Plenário o falecimento do jornalista no acidente do helicóptero.

— A vida está muito difícil neste ano, com a tragédia de Brumadinho, o incêndio do CT do Flamengo e agora a morte de Boechat neste acidente. Inclusive neste domingo, conversei com Boechat, que foi meu colega jornalista. Falamos por quase 20 minutos em um conversa amigável.

O senador Paulo Paim (PT-RS), explicou que estava elaborando um voto de pesar à família do jornalista e à Rede Bandeirantes. E que várias vezes Boechat lhe concedia o direito de resposta a alguma notícia que lhe envolvesse.

— Várias vezes enviei a resposta ainda durante a exibição do telejornal ou do rádio noticiário e Boechat lia ainda no ar. Sempre foi respeitoso. Temos de ter mais desse tipo de jornalismo, com os amantes da verdade — afirmou Paim.

O senador Alvaro Dias (Pode-PR) admitiu que não está fácil se manifestar no momento, após a "ressaca vivida pelo povo brasileiro pela sequência de dramas como a catástrofe de Brumadinho e o incêndio do CT do Flamengo".

— Nestas últimas eleições [quando candidato à presidência da República] tive o prazer de ser entrevistado por ele na Band News. Boechat sempre foi — e ultimamente era — uma referência, um artífice no combate pela ética no país.

O senador Telmário Mota (Pros-RR) afirmou que Ricardo Boechat era uma voz ativa, corajosa e sensata. Várias vezes ele denunciou a corrupção, incomodando muita gente poderosa.

— Não perdemos só o jornalista. Muitas vezes me utilizei das matérias dele para balizar meu trabalho como senador, usando suas informações para denunciar casos de corrupção em meu estado — disse Telmário.

O senador Reguffe (sem partido-DF) declarou que o Brasil perdeu um grande patriota e grande jornalista. E se dispôs a assinar o voto de pesar pelo falecimento de Ricardo Boechat.

A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) disse que não conhecia o jornalista, mas já havia dado "boas risadas" com o bom-humor com que comentava as notícias.

— Meus sentimentos e que Deus conforte a todos.

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que presidia a sessão, anunciou o recebimento da nota de pesar solicitada pelos senadores presentes, aos quais se juntou.

— Quero dizer que me solidarizo e assino essa nota a ser enviava às famílias e à Rede Bandeirantes.

Manifestações nas Redes Sociais

Desde o anúncio da morte do jornalista Ricardo Boechat, diversos senadores se manifestaram sobre o acidente no Twitter. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, divulgou nota pela rede para lamentar a morte do profissional reconhecido pelo trabalho e senso crítico aguçado.

"Boechat sempre demonstrou sensibilidade na prática do jornalismo de qualidade, voltado ao interesse público e independente. A comunicação brasileira e todos nós perdemos um profissional exemplar", disse o senador Otto Alencar (PSD-BA).

O senador Jaques Wagner (PT-BA), por sua vez, afirmou que o jornalismo brasileiro perdeu um de seus mais notáveis profissionais. "Ricardo Boechat destacou-se por sua seriedade e competência e era querido por todos."

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) declarou que o jornalismo brasileiro está de luto. "Perde um dos profissionais mais vibrantes e independentes. A morte repentina de Ricardo Boechat deixa um vácuo, nos choca e entristece."

O senador Fernando Collor de Mello (PROS-AL) escreveu frisando também o falecimento do piloto, o comandante Ronaldo Quattrucci. "Lamento o falecimento do jornalista Ricardo Boechat, em acidente no qual também perdeu a vida o piloto do helicóptero."

Também haviam se manifestado pelo Twittter até o início da tarde os senadores Dário Berger (MDB-SC), Paulo Rocha (PT-PA), Jean Paul Prates (PT-RN), Styvenson Valentin (Pode-RN), Angelo Coronel (PSD-BA), Romário (Pode-RJ), Vanderlan Cardoso (PP-GO), Eduardo Braga (MDB-AM), Kátia Abreu (PDT-TO), Eliziane Gama (PPS-MA), Lasier Martins (Pode-RS), Daniella Ribeiro (PP-PB), Ciro Nogueira (PP-PI), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Humberto Costa (PT-PE), Lucas Barreto (PSD-AP), Roberto Rocha (PSDB-MA), Marcos Rogério (DEM-RO), Elmano Férrer (Pode-PI), Rogério Carvalho (PT-SE), Arolde de Oliveira (PSD–RJ), Carlos Viana (PSD-MG), Mara Gabrilli (PSDB-SP), Rodrigo Cunha (PSDB-AL), Irajá (PSD-TO), Acir Gurgacz (PDT-RO), Mecias de Jesus (PRB-RR), Luiz do Carmo (MDB-GO), Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB), Weverton  (PDT-MA), Mailza Gomes (PP-AC), Esperidião Amin (PP-SC), Fabiano Contarato (Rede-ES), José Serra (PSDB-SP) e Confúcio Moura (MDB-RO).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)