Senado tem oito candidatos à Presidência da Casa

Da Redação | 02/02/2019, 14h21

Com a renúncia do senador Alvaro Dias (Pode-PR), são oito os candidatos à eleição deste sábado (2) para a presidência do Senado, uma das mais disputadas nos últimos anos. Para ser eleito, o candidato precisa receber no mínimo 41 votos ou ser o mais votado no segundo turno.

São estes os nomes que concorrem neste momento ao cargo para a 56ª legislatura nos próximos dois anos de mandato:

Fernando Collor (Pros-AL): nasceu no Rio de Janeiro em 1949 e é formado em jornalismo e em economia. Começou a carreira como prefeito de Maceió em 1979. Foi eleito deputado federal pelo PDS em 1982. Em 1987, assumiu o governo de Alagoas pelo PMDB. Em 1989, pelo PRN, tornou-se o primeiro civil a ser eleito presidente da República de forma direta, após a ditadura militar (1964-1985). Em 1992, sofreu um processo de impeachment, renunciou e teve os direitos políticos cassados por 8 anos. Em 2014, o STF o absolveu ao julgar improcedente ação que resultou no seu afastamento da Presidência. Em 2006, foi eleito senador pelo PTC, tendo sido reeleito em 2014.

O senador terá mais quatro anos de mandato. No Senado, presidiu as Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e de Serviços de Infraestrutura (CI). Entre os projetos que apresentou, está o que autoriza a implantação de usinas de energia marítimas de fontes eólica e solar, aprovado no Senado e encaminhado à Câmara. Os suplentes são Renilde Silva Bulhões Barros (PTB) e Severino Leão (MDB).

Regufffe (sem partido): nascido no Rio de Janeiro em 1972, José Antonio Machado Reguffe é formado em jornalismo e em economia. Foi líder estudantil na Universidade de Brasília (UnB). Foi deputado distrital de 2007 a 2011. Elegeu-se deputado federal na eleição seguinte, com quase 19% dos votos válidos, um recorde nacional. Em 2014, conquistou o cargo de senador pelo PDT. Posteriormente, desligou-se do partido, mantendo-se sem vínculo com nenhuma legenda.

Na Câmara Legislativa do DF, foi um dos autores da ação popular que extinguiu o auxílio-moradia dos deputados distritais em 1999. Como deputado federal e como senador, defendeu o uso austero dos recursos do gabinete. Entre os projetos que apresentou na Câmara dos Deputados, está o que isenta os remédios de impostos. Uma de suas bandeiras no Senado é a redução da carga tributária, em especial a que incide sobre os medicamentos. Atuou contra a corrupção e contra a flexibilização da Lei da Ficha Limpa. Também se opôs ao aumento para ministros do Supremo e contra o aumento de taxas de cartórios. Os suplentes são José Carlos Vasconcellos (PDT) e Fadi Faraj (PRP).

Angelo Coronel (PSD–BA): nasceu em 1958 na cidade de Coração de Maria (BA), é engenheiro civil e empresário e tem 30 anos de vida pública. Entre 1989 e 1992 foi prefeito de sua cidade natal. Ocupou o cargo de deputado estadual pela primeira vez em 1995. Foi reeleito seis vezes, sendo a última pelo PSD em 2015. Presidiu a Assembleia Legislativa da Bahia, quando aprovou mudança na Constituição estadual para impedir a reeleição para o cargo. Também atuou por mais verbas para hospitais e instituições filantrópicas e pela economia de recursos públicos.

Na eleição para o Senado, em 2018, obteve 32,9% dos votos válidos. Ele disse que sua atuação será voltada para a geração de emprego, com foco nas micro e pequenas empresas. Os suplentes são Davidson Magalhães (PCdoB) e Dra. Silvia (PRP).

Major Olimpio (PSL –SP): tem 56 anos, nasceu em Presidente Venceslau (SP). Policial militar desde 1978, é formado em direito e sociologia. Iniciou a vida pública na Polícia Militar de São Paulo, tendo sido presidente da Associação Paulista dos Oficiais da PMSP e diretor da Associação dos Oficiais da PMSP. Foi deputado estadual de 2006 a 2014, e deputado federal até 2018.

Major Olimpio ficou com 25,7% dos votos válidos na disputa para o Senado em São Paulo. Na Câmara dos Deputados, relatou 30 projetos, especialmente na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Sua principal bandeira é a defesa dos direitos dos policiais e o fortalecimento da segurança pública. Durante a campanha, afirmou que sua atuação no Senado será pautada pelo combate à corrupção e ao crime organizado, por mais equipamento para todas as polícias e por mudanças no Código Penal. A redução da maioridade penal é outra bandeira do parlamentar que também vai trabalhar por mais equilíbrio na relação fiscal de São Paulo com a União. Os suplentes são Giordano (PSL) e Marcos Pontes (PSL).

Davi Alcolumbre (DEM-AP): nasceu em 1977, em Macapá, e é empresário. Começou na política no PDT, partido pelo qual se elegeu vereador de Macapá em 2000. Também foi secretário de Obras do município. Em 2002 foi eleito deputado federal, sendo reeleito em 2006 e em 2010. Desde 2006 é filiado ao DEM e faz parte do diretório nacional e também do conselho político do movimento jovem da legenda. É o 2º vice-líder do Bloco Social Democrata.

Em 2014 foi eleito senador, com 36,26% dos votos válidos. No Senado, presidiu a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) e participou de colegiados como a Comissão Temporária para Reforma do Código Comercial e da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul. Em 2018, foi candidato ao governo do Amapá, mas não se elegeu. Os suplentes são José Samuel Alcolumbre Tobelem (DEM) e Marco Jeovano Soares Ribas (DEM).

Esperidião Amin (PP-SC): natural de Florianópolis, tem 70 anos. É formado em administração e direito. Na década de 1970, foi prefeito de Florianópolis nomeado pelo governo militar. Em 1982, foi eleito governador de Santa Catarina e, em 1988, também pelo voto direto, voltou ao comando da Prefeitura da capital. Foi senador de 1991 a 1998, ano em que se elegeu novamente governador de Santa Catarina. Foi eleito deputado federal em 2010 e em 2014. Em 1994, candidatou-se à Presidência da República pelo PPR, ficando na sexta colocação.

Esperidião Amin ficou em primeiro lugar na disputa para o Senado em 2018, com 18,77% dos votos. Em seu discurso de diplomação, defendeu a meritocracia no serviço público e a busca por resultados objetivos na administração pública. Os suplentes são Geraldo Althoff (PSD) e Denise dos Santos (PSD).

Renan Calheiros (MDB-AL): nasceu em Murici (AL) há 63 anos. Participou do movimento estudantil nos anos 70, na Universidade Federal de Alagoas, e em 1978 elegeu-se deputado estadual pelo MDB. Na década de 1980, elegeu-se deputado federal por duas vezes e participou da Assembleia Nacional Constituinte. Em 1989, filiou-se ao PRN, em apoio à candidatura presidencial de Fernando Collor, e em 1990 tornou-se líder do governo no Congresso. Foi eleito senador pela primeira vez em 1994 e, desde então, foi escolhido quatro vezes como presidente da Casa. Também atuou como vice-presidente da Petrobras Química (Petroquisa) e de 1998 a 1999 foi ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003).

Reeleito com 23,8% dos votos, o senador Renan Calheiros (MDB) vai para o seu quarto mandato no Senado. Os suplentes são Rafael Tenório (MDB) e Silvana Barbosa (PRTB).

Simone Tebet (MDB-MS): natural de Três Lagoas (MS), Simone Nassar Tebet nasceu em 1970 e é filha do ex-presidente do Senado Ramez Tebet, morto em 2006. É formada em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com especialização pela Escola Superior de Magistratura e mestre em direito pela PUC-SP. Iniciou a carreira política em 2002, como deputada estadual, após trabalhar 12 anos como professora universitária. Em 2004, tornou-se a primeira prefeita de Três Lagoas, tendo sido reeleita em 2008. Em 2010, foi eleita vice-governadora de Mato Grosso do Sul na chapa de André Puccinelli.

Simone Tebet tem como bandeiras a educação, a agricultura familiar e a saúde. Foi vice-presidente da comissão especial para analisar o pacto federativo e presidente da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher. Os suplentes são Celso Rodrigues (MDB) e Moacir Kohl (PSB).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)