Senado aprova indicação de embaixador na Síria

Da Redação | 05/12/2018, 18h02

Com 55 votos a favor, três contra e uma abstenção, o Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (5) a indicação do diplomata Fabio Vaz Pitaluga para a chefia da embaixada brasileira em Damasco, onde atua desde setembro como encarregado de negócios. Pitaluga foi sabatinado mais cedo pela Comissão de Relações Exteriores (CRE). Ele disse ao colegiado que altas autoridades do governo sírio já comunicaram oficialmente que o Brasil e as empresas brasileiras terão prioridade na reconstrução da infraestrutura da Síria, devastada por uma guerra civil que aproxima-se do fim.

— A Síria está no final dessa guerra trágica e nos próximos anos inicia-se um grande processo de reconstrução. E nesse processo é crucial que o Brasil saiba se posicionar. Altas autoridades do governo deixam claro pra mim que o Brasil e suas empresas são percebidas como entre as prioritárias. Calcula-se que a reconstrução demandará US$ 400 bilhões. Vejo oportunidades na área de indústrias, agronegócio em geral e petróleo, por exemplo. O setor de petróleo sírio foi muito afetado, eles precisam de um grande apoio em máquinas, equipamentos e novas tecnologias. Nós temos muito a oferecer neste campo, assim como na parte de xisto — detalhou.

Pitaluga também avaliou que serão abertas oportunidades nas áreas de mineração, energia elétrica, saúde, construção civil, turismo, pecuária e indústria de laticínios. Uma das prioridades dele será reativar o Conselho Empresarial Brasil-Síria, que deixou de operar devido à guerra.

Soberania

O diplomata informou que as boas relações entre Brasil e Síria são fruto não apenas de um entendimento histórico, mas também da postura brasileira durante a guerra civil, de reiterar a soberania e independência da nação árabe. Também pesa muito a grande comunidade síria que vive aqui, por isso o Brasil é percebido por parcela da população como “o segundo país”, disse Pitaluga.

— Não fechamos a embaixada durante todo este período de guerra. Deixamos claro que apoiamos todos os esforços multilaterais na solução política visando à paz, num processo conduzido pelos próprios sírios, facilitado pela ONU, sem interferências externas. Defendemos a soberania, integridade territorial e independência do país e apoiamos o Diálogo Nacional Sírio ocorrido em Sochi [Rússia]. Ao final, o diplomata ressaltou que a situação síria tem uma certa instabilidade, uma vez que combates ainda ocorrem em algumas cidades. Mas a tendência é de que a conflagração termine.

Fabio Vaz Pitaluga já serviu nas representações brasileiras nos Estados Unidos, na Rússia e na Síria, além de ter atuado na delegação permanente perante o Mercosul e a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), no Uruguai. O diplomata também foi assessor para assuntos internacionais do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)