Gleisi Hoffmann aponta paralisação no combate à desigualdade de renda no Brasil

Da Redação | 28/11/2018, 19h10

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) comentou nesta quarta-feira (28) em Plenário o relatório da organização não governamental Oxfam, que apontou estagnação na queda da desigualdade de renda no Brasil pela primeira vez nos últimos 15 anos. Ela classificou o fato como uma “vergonha”.

Segundo a Oxfam, entre 2016 e 2017 o índice de Gini (coeficiente que mede a distribuição de renda nos países), medido a partir da renda familiar per capita, não se moveu no Brasil. Foi a primeira vez desde 2002 que o estudo não registrou queda no indicador.

O relatório indica que o grupo de 1% mais ricos no país concentra 28% da renda nacional, enquanto os 40% mais pobres não chegam a 25%. Com isso, o Brasil passou a ser o 9º país mais desigual do mundo, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

— O fato é que a roda da redução das desigualdades emperrou. Nos últimos anos, os brasileiros voltaram a ser assombrados com o avanço da pobreza. Eu queria saber por que aqueles que se indignam tanto aqui com a corrupção não se indignam com isso. Temos um estrato social pequeníssimo no Brasil que concentra a grande renda do país. Isso é uma barbaridade! — disse a senadora.

Gleisi atribuiu o retrocesso ao governo do presidente Michel Temer, que assumiu o país no fim de agosto de 2016, com o afastamento de Dilma Rousseff. Para a senadora, as medidas de austeridade de Temer são as responsáveis pelos problemas apontados pelo relatório. Ela destacou em especial a Emenda Constitucional 95, que instituiu limite para o crescimento dos gastos públicos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)