Randolfe critica ultraliberalismo e fusão de ministérios

Da Redação | 07/11/2018, 19h45

Em pronunciamento nesta quarta-feira (7) em Plenário, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que a possível fusão entre o Ministério da Agricultura e o Ministério do Meio Ambiente, que chegou a ser considerada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, representaria um retrocesso para as políticas ambientais e a economia do país.

O senador também afirmou que a política anunciada pelo futuro ministro da economia, Paulo Guedes, tende a aprofundar o ultraliberalismo ortodoxo, o que prejudicaria instrumentos de desenvolvimento regional na Amazônia, como a Zona Franca de Manaus e as áreas de livre comércio de Macapá e Santana (AP).

— Já foi comprovado que a crise econômica gravíssima que se abate sobre o Brasil tem efeito mais perverso nas economias de estados ditos periféricos, como é o caso do Amapá, uma das economias menos desenvolvidas do Brasil. O nosso produto interno bruto é de R$ 18 bilhões. É o 26º produto interno bruto do Brasil, correspondendo a apenas 0,2% da economia nacional — afirmou.

De acordo com Randolfe, o Amapá tem apresentado piora em todos os indicadores econômicos recentes. Segundo o IBGE, no primeiro trimestre de 2018, o Amapá registrou a pior taxa de desemprego do País, 21,5% de desocupados, bem acima da média nacional, que foi de 13,4%, o que representa 60 mil pessoas em idade e condição de trabalhar sem emprego.

Randolfe disse que o Amapá sofre também com o aumento da violência. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o estado aparece como a segunda unidade da Federação com mais mortes entre jovens até 18 anos, sendo que mais da metade desses homicídios não foi desvendada. O Amapá está em quinto lugar entre as maiores taxas do País, com 48,7 homicídios por cem mil habitantes. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, 43% da população do Amapá sobrevive com renda mensal inferior a um salário mínimo.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)