Humberto Costa denuncia clima de ódio e agressão em escolas e universidades

O senador Humberto Costa (PT-PE) manifestou em Plenário, nesta quarta-feira (7), preocupação com a onda de ódio de violência crescente em escolas e universidades. Ele repudiou o que classificou de "medievalismo", representado pelo constrangimento, ameaça e agressões praticados contra pessoas que têm opinião diferente da dos agressores, em ambientes onde o debate, a discussão de ideias, o aprendizado e a instrução deveriam prevalecer.

Para ele, o responsável por isso é o presidente eleito Jair Bolsonaro, que, ainda durante a campanha eleitoral, incitou o patrulhamento de salas de aula e disseminação de ódio, intolerância e mentiras.

O chamado "kit gay" e o projeto "escola sem partido" são exemplos disso, afirmou o senador. E salientou que, mesmo depois de eleito, Bolsonaro continua com essa prática, ao estimular a gravação e denúncia de professores que têm opiniões contrárias à sua.

— Isso tem fomentado um ambiente de perseguição inaceitável, que, muitas vezes, fazem eclodir a censura e a autocensura também, em escolas privadas, e ameaças e agressões verbais e físicas em instituições de ensino. São práticas que fariam Mussolini e Hitler ficarem orgulhosos — declarou Humberto Costa.

O senador mencionou casos recentes para comprovar a sua preocupação. Segundo ele, duas moças foram espancadas por sete pessoas dentro da Universidade de Brasília (UnB), por andarem de mãos dadas. No Rio de Janeiro, continuou, uma escola privada censurou um livro infanto-juvenil sobre a ditadura. E a Universidade de São Paulo (USP) foi invadida por três pessoas com tendências nazistas.

Mais recentemente, disse Humberto Costa, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), um panfleto apócrifo com ameaças foi distribuído, com acusações de que professores e alunos da instituição eram comunistas, esquerdistas e defensores de drogados e gays.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)