CPI dos Maus-Tratos fará acareação de acusados pela morte dos próprios filhos

Da Redação | 12/07/2018, 15h18

O presidente da CPI dos Maus-Tratos, senador Magno Malta (PR-ES), deverá se encontrar esta semana com o juiz André Dadalto, da 1ª Vara Criminal de Linhares (ES) e responsável pelo processo do casal de pastores George Alves e Juliana Salles, acusado de assassinar duas crianças. O anúncio foi feito pelo próprio senador durante reunião desta quinta-feira (12) na CPI.

Para a polícia civil, George Alves estuprou, agrediu e por fim matou seu filho Joaquim Alves, de 3 anos, e o enteado Kauã Salles, de 6, na madrugada de 21 de abril. Ele está preso desde o dia 28 de abril numa cela isolada do Centro de Detenção Provisória de Viana II, na Grande Vitória, por estar atrapalhando as investigações.

Juliana Salles foi presa em Teófilo Otoni (MG) na noite de 19 de junho, onde morava com parentes desde a tragédia, após a Justiça acatar a denúncia do Ministério Público de que ela sabia dos abusos sexuais cometidos por Alves, seu marido, contra os próprios filhos, e que foi omissa.

Após a reunião com o juiz Dadalto, Malta disse que seu objetivo é fazer uma acareação entre os acusados no início de agosto na CPI, após o recesso parlamentar.

— Os requerimentos já estão aprovados, e segundo as investigações, outras cinco crianças também podem ter sido abusadas por esse criminoso. Como pode uma pessoa atingir tal nível de crueldade, abusar e queimar vivos os próprios filhos? Isso me chocou de uma forma que não consigo descrever, acho que ele pode até ter feito outras vítimas, eu preciso e vou até o fim nessas investigações — afirmou o senador em entrevista à Agência Senado.

Pedofilia no Ceará

Outro caso prioritário para a CPI em agosto será aprofundar as investigações em torno de uma rede de abuso sexual contra menores desbaratada nas cidades de Itapajé (CE) e Sobral (CE). O senador esteve em Fortaleza na terça-feira (10), quando recebeu na Assembleia Legislativa do Ceará um dossiê sobre suposta omissão na investigação destes casos, que envolveriam políticos, religiosos e educadores nos abusos.

— Recebi todo o material destas cidades, é um caso terrível e vou investigar. São documentos e sete DVDs, envolve muita gente. Vou avaliar com a assessoria jurídica as oitivas e convocações que poderão ser desdobradas a partir daí — disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)