Aprovados indicados para embaixadas do Brasil em Moçambique e na Tanzânia

Da Redação | 11/07/2018, 16h57

Dois diplomatas indicados para embaixadas em países africanos foram aprovados nesta quarta-feira (11) pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). Carlos Alfonso Iglesias Puente foi aprovado para exercer o cargo de embaixador do Brasil em Moçambique. Antonio Augusto Martins Cesar, para trabalhar na mesma função na Tanzânia e cumulativamente na República Federal Islâmica das Comores e na República de Seicheles.

Ainda que seja um dos 10 países mais pobres do mundo, segundo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, Moçambique é um país com enorme potencial de crescimento econômico, além de fortes laços com o Brasil, disse Puente. Indicado para exercer o cargo de embaixador do Brasil no país africano, ele foi sabatinado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Reserva de gás

Puente lembrou que Moçambique tem a terceira maior reserva de gás natural do mundo, ao norte de seu território, e que esta enorme riqueza ainda não está sendo explorada. O diplomata avalia que no momento em que o país conseguir viabilizar estes investimentos, seu PIB deverá crescer a uma média de 20% ao ano.

— Moçambique tem todas as condições de se desenvolver fortemente, porque é muito rico. Quando suas jazidas de gás forem exploradas, o crescimento será impressionante e vai se espalhar por diversos setores. O Brasil possui laços com Moçambique desde a independência deles (em 1975), falamos a mesma língua e não podemos perder esta janela de oportunidades — disse o diplomata, acrescentando que as próprias autoridades moçambicanas contam com o Brasil como "um parceiro ativo".

Empresas brasileiras já têm um estoque de investimentos de US$ 9 bilhões em Moçambique, no qual se destaca a atuação da Vale na exploração de carvão, salientou Puente. A senadora Kátia Abreu (PDT-TO) pediu que a embaixada também reforce seu trabalho visando uma maior exportação de alimentos, uma vez que a produção local é insuficiente.

— Visitei Moçambique em 2010 numa comitiva da CNA [Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil], e constatei com meus próprios olhos o enorme potencial que eles tem neste setor. Mas ainda vai demorar muito para que os investimentos se consolidem, devido à falta de infraestrutura e de recursos humanos — informou.

A análise da indicação de Puente segue para o Plenário.

Tanzânia

Também foi aprovada nesta quarta-feira a indicação do diplomata Antonio Augusto Martins Cesar para a chefia da embaixada do Brasil na Tanzânia.

Ele informou que caso sua indicação seja confirmada em Plenário, trabalhará para que ocorram missões empresariais brasileiras ao país.

Acrescentou que o governo tanzaniano está investindo fortemente em infraestrutura, o que abre oportunidades concretas de negócios para as empresas brasileiras. Garantiu por fim que pretende incrementar a venda de máquinas agrícolas para produtores tanzanianos, e que o Itamaraty também já identificou nichos potenciais de venda de açúcar, pneus para tratores e papel.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)