Embaixadores do Brasil na Polônia e na Áustria são aprovados em comissão

Da Redação | 04/07/2018, 15h43

A Comissão de Relações Exteriores (CRE) aprovou nesta quarta-feira (4) a indicação do diplomata Hadil Vianna para a chefia da embaixada brasileira na Polônia. Também foi aprovada na reunião a indicação do diplomata José Marcondes de Carvalho para a chefia da embaixada na Áustria. As indicações seguem agora ao Plenário do Senado.

Durante a sabatina de Vianna, o senador Airton Sandoval (MDB-SP) lembrou que recentemente o governo polonês aprovou orçamento de US$ 55 bilhões (o equivalente a R$ 215 bilhões) para investir na modernização do setor de defesa nos próximos 15 anos. Vianna acrescentou que a LOT, a maior empresa aérea polonesa, possui cerca de 60% de sua frota importada da Embraer.

Segundo o diplomata, as relações entre o Brasil e a Polônia são consideradas tradicionais, fluídas e estáveis. Vianna ressaltou que entre os dois países há apenas um ponto de divergência. A Polônia é contra o fechamento do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia (UE), pois sua agricultura é forte e teme perder mercado na UE ao ver o aumento da concorrência.

Vianna também ressaltou que a Polônia foi a única nação do continente a não entrar em recessão a partir da crise internacional de 2008 e 2010. O PIB do país é de US$ 1 trilhão.

— A Polônia cresceu, em 2017, 4,6%, uma taxa extremamente elevada em épocas de crises mundiais. Só no primeiro trimestre deste ano a Polônia cresceu 5,2%.

O diplomata lembrou ainda que o Brasil é o maior parceiro comercial polonês na América Latina, com fluxo anual de cerca de US$ 1,2 bilhão por ano, com superavit para o Brasil.

Diferenças

Já Carvalho ressaltou que o PIB da Áustria é de cerca de US$ 400 bilhões, perto de 20% do PIB brasileiro, que fica na casa de US$ 1,8 trilhão. A Áustria tem um PIB per capita acima de US$45 mil, enquanto o do Brasil fica em torno de US$9 mil. No índice de desenvolvimento humano (IDH), também há uma diferença acentuada, ressaltou. A Áustria está ranqueada em 24º lugar num universo de 188 países, ao passo que o Brasil ocupa a 79ª posição.

— O comércio bilateral com a Áustria é largamente deficitário para o Brasil. O Brasil vem reduzindo muito as exportações, basicamente de produtos manufaturados, ao passo que a Áustria exporta produtos com altíssimo teor tecnológico.

Diante desse quadro, ele afirmou que pretende realizar trabalhos de diplomacia econômico-comercial (voltado para diversificar a pauta de importação), federativa, parlamentar (com a retomada do Grupo de Amizade Brasil-Áustria), climática, ambiental e de sustentabilidade. Outros aspectos a serem desenvolvidos, disse Carvalho, são as diplomacias de inovação, cultural, de educação e capacitação, multilateral e turística.

— Não podemos esquecer da atividade consular. Cerca de 5 a 6 mil brasileiros residem na Áustria, uma comunidade reduzida, mas passam muitos brasileiros por lá.

 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)