Novo governo terá de revogar medidas para país reconquistar soberania, diz Requião

Da Redação | 14/06/2018, 14h00

Em discurso nesta quinta-feira (14), o senador Roberto Requião (MDB-PR) afirmou que apenas “um governo popular” poderá fazer com que o Brasil reconquiste dignidade e soberania e retome o caminho do desenvolvimento. Para isso, disse, o novo governo terá de revogar várias medidas adotadas pelo presidente Michel Temer, como as regras de exploração do petróleo brasileiro.

- Seria importante que esse governo saísse de uma vez do comando do Brasil e que nós retomássemos uma política séria de desenvolvimento. Abriram espaço para a redução da soberania brasileira a praticamente nada, a nos transformar num acessório: um país de segunda linha, um produtor de commodities, uma escada para os negócios das grandes petroleiras e ao interesse geopolítico de países militarmente e economicamente mais fortes do que o nosso. Não há dúvida alguma de que o objetivo básico desse processo todo era liquidar o domínio brasileiro do petróleo - disse.

Requião citou recente entrevista do engenheiro Guilherme Estrella, um dos responsáveis pela descoberta das jazidas de petróleo na camada do pré-sal brasileiro, segundo o qual a Petrobras foi criada para descobrir e refinar petróleo no país, com objetivo de sustentar o desenvolvimento brasileiro. Já as grandes petrolíferas privadas, disse o senador, têm como objetivo ganhar dinheiro.

- Querem transformar a Petrobras numa espécie de banco de desenvolvimento para viabilizar os lucros e os negócios das grandes empresas. O golpe foi dado para isso - afirmou.

Requião também criticou grandes veículos de comunicação do Brasil por, em sua opinião, serem “entusiastas do mercado” e vozes que representam o mercado, as grandes empresas, o poderio econômico.

- Hoje, como a crise recente demonstrou, o jornalismo econômico pátrio foi definitivamente incorporado pelo mercado, pela banca, pela globalização financeira, pelos interesses dos grandes conglomerados nacionais e multinacionais. As editorias de economia são meros apêndices, simples departamentos, ecos da voz do mercado - opinou.

Para o senador, a grande mídia nacional é uma das maiores produtoras de fake news.

- Omitir notícias, mentir, trapacear, embaralhar as informações, distorcê-las não é também fake news? Essa atuação escandalosa protagonizada pela tal da grande mídia brasileira na crise recente, alinhando-se claramente a um partido, o partido do mercado, o partido das petrolíferas internacionais, pouco se lixando para a soberania nacional, para os consumidores, essa ideologização do tema não é também uma forma de fake news? - questionou.


Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)