Comissão aprova novos embaixadores para Japão e Equador

Da Redação | 06/06/2018, 16h51

A Comissão de Relações Exteriores (CRE) aprovou nesta quarta-feira (6) a indicação dos diplomatas Eduardo Saboia, para a chefia da representação diplomática brasileira no Japão, e João Almino, para exercer a mesma função no Equador. A análise das indicações segue agora ao Plenário do Senado.

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Durante a sabatina realizada pela comissão, Saboia foi questionado por Cristovam Buarque (PPS-DF) e Ana Amélia (PP-RS) sobre o que consideram a difícil condição vivida hoje por milhares de crianças e jovens brasileiros no Japão, que têm apresentado dificuldades de adaptação ao modelo educacional japonês. Um dos grandes obstáculos, segundo os senadores, é a falta de fluência na língua japonesa, gerando na prática uma marginalização desses estudantes, incompreensões por parte do corpo docente e muitos casos de bullying.

Saboia confirmou que essa é uma das principais demandas com que a embaixada e os consulados brasileiros no Japão precisam lidar. Mas vê como positivo o fato de a comunidade brasileira no país ser unida. Ele disse que escolas particulares têm sido abertas para atender os estudantes brasileiros. Por fim, garantiu que a adaptabilidade desses jovens ao modelo educacional será uma prioridade de sua gestão devido ao caráter humanitário de que se reveste o tema, que deverá contemplar tratativas com autoridades e educadores japoneses.

Cristovam ainda questionou Saboia sobre as tensões políticas entre o Japão e a China, em especial no que se refere ao controle de ilhas em mares territoriais reivindicados pelas duas nações. O diplomata confirmou que o tema é bastante delicado, mas vê como improvável que as controvérsias evoluam para alguma forma de confronto militar.

— Os profundos laços econômicos entre os dois países ajudam a neutralizar as rivalidades políticas, algumas delas históricas. Mais de 27 mil empresas japonesas investem na China e o fluxo de profissionais e turistas entre os dois países também é muito grande, afirmou o diplomata.

Bolivarianismo

Já a sabatina de João Almino foi marcada por questionamentos relacionados aos rumos políticos tomados pelo Equador, a partir da chegada de Lenín Moreno à presidência do país. Para o diplomata, o Equador tem adotado um distanciamento tênue em relação à Aliança Bolivariana das Américas (Alba) e ao governo da Venezuela, sem, no entanto, romper politicamente com qualquer deles.

Almino chamou a atenção para o fato de o governo equatoriano defender oficialmente que seja realizada uma consulta popular na Venezuela sobre a recente reeleição do presidente Nicolas Maduro. Desta consulta popular deveriam participar todas as correntes políticas venezuelanas, no entender da chancelaria do Equador.

No que tange às relações econômicas com o Brasil, Almino afirmou que irá se esforçar para que nosso país possa importar mais produtos provenientes de empresas equatorianas. Isso porque mais de 70% do fluxo comercial hoje é marcado pela exportação brasileira.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)