Lindbergh critica o juiz Sérgio Moro por participar de evento com João Dória

Da Redação e Da Rádio Senado | 16/05/2018, 18h01

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou nesta quarta-feira (16) o juiz federal Sérgio Moro por receber um prêmio em Nova York, nos Estados Unidos, ao lado do ex-prefeito de São Paulo, João Dória, com quem aparece em fotografia divulgada pela imprensa. Além disso, disse o senador, Moro participou de evento da empresa Lide, de Dória. Lindbergh sublinhou a filiação de Dória ao PSDB e lembrou o episódio em que Moro apareceu ao lado do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Para Lindbergh, Moro demonstra parcialidade político-partidária em sua atuação nas ações penais relacionadas à Operação Lava Jato, na 13ª Vara Criminal da Justiça Federal, no Paraná. O senador leu o artigo Afinidades eletivas, do jornalista Kennedy Alencar, que fez duras críticas ao juiz por participar do evento, no qual Moro recebeu uma premiação da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, como "Person of the Year".

O senador destacou o interesse norte-americano no setor petrolífero do Brasil e na derrocada da Petrobras e de empreiteiras brasileiras com atuação nos mercados da África e da América Latina.

De acordo com Lindbergh, não resta dúvida sobre os interesses da Justiça norte-americana na Operação Lava Jato. O senador disse também ser comum a visita aos Estados Unidos de procuradores e magistrados envolvidos com investigações. Para o senador, as empresas multinacionais norte-americanas têm interesse no pré-sal e, por isso, o governo daquele país tenta influenciar na política brasileira.

— A gente vendo o que está acontecendo com o petróleo brasileiro, eu não tenho dúvidas em afirmar que esse golpe teve participação norte-americana, como teve o golpe de 64, todo mundo sabe. A participação do governo norte-americano hoje é conhecida. Mas eu tenho convicção disso, em especial pelo interesse do pré-sal e pela mobilização dessas empresas de petróleo contra o regime de partilha — disse Lindbergh em Plenário.

O senador foi apoiado, em apartes, pelos senadores Roberto Requião (PMDB-PR) e Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)