Para Requião, Congresso não reage às injustiças do sistema financeiro

Da Redação e Da Rádio Senado | 08/05/2018, 17h51

O senador Roberto Requião (PMDB-PR), em pronunciamento nesta terça (8), disse que, apesar de ter despertado o interesse para o tema da reforma tributária, o Congresso se mantém indiferente às iniquidades do sistema financeiro no Brasil.

— Não adianta fazer reforma tributária com os juros do financiamento da dívida pública no nível em que estão. Os resultados da reforma tributária seriam imediatamente sugados no torvelinho das chamadas operações compromissadas, swaps cambiais e refinanciamentos privilegiados doados aos banqueiros na rotina diária do Banco Central — previu.

Requião disse que os juros pagos aos títulos da dívida pública, cerca de R$ 550 bilhões em 2107, são uma fonte de concentração de renda e riqueza, e representam uma "expropriação abusiva da esmagadora maioria da sociedade". O senador também defendeu uma reforma em profundidade nas relações financeiras e tributárias entre a União e os Estados, mas que a revisão do pacto federativo só poderia ser feita por um novo governo federal, visto que as iniciativas do atual governo são "tópicas e fisiológicas".

Requião complementou dizendo que o Brasil precisa de uma política de investimentos reais deficitários ao estilo do New Deal, que ajudou o presidente Roosevelt a tirar os EUA da depressão econômica na década de 1930. Para ele, no entanto, prevalece no país a "burrice econômica, entreguismo, falta de vergonha e corrupção".

O senador informou que está formulando formulando um projeto para reduzir a cobrança do Imposto de Renda nas receitas mais baixas da população e propor uma compensação de tributação em cima dos lucros do capital financeiro. O objetivo será possibilitar o aumento do consumo, para, segundo ele, haver alguma perspectiva de desenvolvimento.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)