Plano de Revisão de Gastos pode passar a ser enviado anualmente pelo governo ao Congresso
Da Redação | 17/04/2018, 15h14
O governo deverá a enviar ao Congresso Nacional anualmente um Plano de Revisão Periódica de Gastos, que servirá de base para avaliar a continuidade ou não de programas. É o que determina o PLS 428/2017 – Complementar, do senador José Serra (PSDB-SP), aprovado nesta terça-feira (17) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
O projeto, que segue com urgência para o Plenário do Senado, determina que o plano de gastos passará a ser encaminhado junto com a mensagem e o plano de governo que o presidente é obrigado a enviar ao Congresso, por determinação constitucional, na abertura de cada sessão legislativa.
A ideia de José Serra é que esse plano possa servir de base para decisões sobre o financiamento de programas e projetos na administração pública federal, com identificação de ganhos de eficiência na execução de políticas públicas.
“Essa seria a oportunidade em que o presidente da República apresentaria ao Congresso a situação das contas públicas e as medidas legislativas necessárias para garantir sustentabilidade fiscal aos programas do governo federal”, defendeu Serra na justificativa da proposta.
No plano, deverá constar a avaliação da economicidade e sustentabilidade fiscal do conjunto das políticas públicas e programas governamentais, e, isoladamente, das políticas públicas e programas governamentais mais relevantes, incluindo renúncias e incentivos fiscais.
Além disso, as análises e diagnósticos deverão ser considerados na elaboração do Plano Plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual.
De acordo com o senador, diversos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já institucionalizaram tais planos.
Eficiência
Para o relator, senador Armando Monteiro (PTB-PE), o Plano de Revisão Periódica de Gastos inova ao conferir maior preocupação com os impactos fiscais das políticas públicas.
— É um avanço do ponto de vista institucional. É uma forma inteligente de construir espaços nos orçamentos que hoje são tão engessados, de forma a fazer economia e zelar por maior eficiência do gasto público — avaliou.
Por emenda, o relator retirou algumas determinações do projeto, como o dispositivo que estabelecia que o Congresso Nacional deveria manter em permanente funcionamento a Comissão de Revisão de Despesas. Ele explicou que, por se tratar de assunto interno do Congresso Nacional e do Senado Federal, a criação da Comissão deveria ser normatizada por resolução, e não por lei. Ele também simplificou as exigências do documento.
— Em um mundo ideal, não teríamos reparos a fazer em relação a essa proposta. Na prática, entretanto, entendemos ser inviável. Há milhares de ações governamentais em curso, de forma que, trazer todas essas informações para um único documento iria inchá-lo, correndo-se o risco, inclusive, de perder sua utilidade, pois o excesso de informação retiraria dos parlamentares e dos membros da sociedade civil que se dispusessem a analisá-lo a capacidade de compreensão do documento — explicou.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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