Segurança hídrica depende de investimentos maciços, aponta Fórum

Da Redação | 19/03/2018, 15h24

Investimentos maciços em infraestrutura, da ordem de U$ 650 bilhões por ano até 2030, deverão ser viabilizados pelo poder público em todo o mundo para que sejam atingidos os objetivos estabelecidos pela ONU relacionados à segurança hídrica.

A projeção foi feita nesta segunda-feira (19) pelo presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, na abertura oficial do 8º Fórum Mundial da Água, que se estenderá em Brasília até a próxima sexta-feira (23).

Braga alerta que tal montante somente será atingido caso os governos desenvolvam políticas regulatórias que estimulem estes investimentos. Para o Conselho, os governantes ainda não tem uma compreensão total de como dimensionar a segurança hídrica no plano estratégico de suas respectivas nações.

— A experiência dos últimos 22 anos, desde o 1º Fórum, indica claramente que a segurança de cada país, no que concerne a seus modelos de desenvolvimento econômico, passa e passará cada vez mais pelo acesso regular de suas populações à água. Por isso cada governo precisa necessariamente envolver diversos atores sociais e agentes econômicos. Especialmente nas áreas de energia, produção de alimentos e saneamento básico — alertou.

Meta 6

Diversos chefes de Estado dos cinco continentes participaram da cerimônia de abertura. O primeiro-ministro do principado de Mônaco, Serge Telle, disse concordar com o enfoque do Conselho para que a ONU tenha um papel ativo de coordenação visando atingir a meta 6 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Esta meta trata dos esforços internacionais relacionados à segurança hídrica.

Entre outros pontos, a Meta 6 defende implementar a gestão integrada dos recursos hídricos inclusive por meio da cooperação transfronteiriça. Também busca ampliar a cooperação internacional e o apoio à capacitação às nações em desenvolvimento, especialmente em parceria com as comunidades locais.

Em sua fala, o presidente Michel Temer disse considerar a segurança hídrica um tema "urgente a nível mundial", pois cerca de 2 bilhões de pessoas hoje sobrevivem sem acesso seguro à água em suas casas. Além disso, outros 2 bilhões de pessoas sobrevivem sem saneamento básico, e mais centenas de milhões são obrigadas a caminhar todos os dias por pelo menos 30 minutos para que consigam água.

Também participou da cerimônia de abertura o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, que considerou que o Fórum já é "um grande sucesso de público e cidadania", pois mais de 25 mil pessoas estiveram na Vila Cidadã durante o final de semana.

— Entre elas, milhares de crianças e adolescentes. Este será um dos grandes legados do Fórum para nossa cidade, o aumento da conscientização, e projetando-se para o futuro no que se refere a estes milhares de jovens — disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)