Vanessa condena privatizações e defende importância estratégica de estatais

Da Redação | 08/02/2018, 16h16

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse nesta quinta-feira (8), em discurso no Plenário, que a Eletrobrás está prestes a demitir 227 funcionários e pode autorizar a venda de suas seis distribuidoras subsidiárias. Ela afirmou que a empresa pública de geração e distribuição de energia elétrica pode fazer uma demissão em massa a qualquer momento, conforme notícias publicadas na imprensa.

- Eles dizem que até 700 funcionários, que foram contratados desde 1993 e que têm 25 anos de empresa, podem ser demitidos - disse a senadora, acrescentando que nesta quinta-feira inicia-se uma assembleia extraordinária da Eletrobras para privatizar as seis empresas distribuidoras de energia elétrica.

Para a senadora, a reforma trabalhista facilitou as regras para que empresas possam fazer demissões em grande número. Vanessa Grazziotin informou que pedirá o apoio do presidente do Senado, Eunício Oliveira, para evitar que a Eletrobrás demita tanta gente. Na avaliação dela, essas demissões não vão prejudicar apenas os trabalhadores e suas famílias, mas também a própria empresa, que perderá funcionários e, consequentemente, eficiência.

Vanessa Grazziotin disse ainda que a oposição quer reuniões com o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, e com a presidência da Eletrobras para protestar contra as demissões e os planos de privatização.

A senadora questionou os apoiadores da venda da Eletrobrás sobre quem irá bancar o programa Luz para Todos se a empresa for privatizada. Para ela, o desfecho pode ser a ocorrência de novos apagões e o aumento da conta de luz.

- Não são apenas os direitos dos trabalhadores, do povo simples e humilde que estão sendo atacados. O Brasil está sendo atacado duramente como nação soberana e independente. Querem destruir a nossa capacidade de desenvolvimento. Não vamos permitir – disse.

A senadora definiu a Eletrobras como uma empresa estratégica para a soberania nacional e inclui no mesmo grupo a Embraer e a Petrobras. Para ela, o Brasil não deve nem pode vender empresas tão importantes e robustas.

- Mas o que está acontecendo no Brasil? Estão punindo a Petrobras. O que o governador de São Paulo disse ontem? A Petrobras tem que ser vendida. É isso, porque eles têm sabe o quê? Complexo de colônia. Eles não querem que o Brasil seja uma nação altiva, de um povo altivo. Eles prestam serviço para os americanos, que nunca suportaram a Petrobras, e estão aproveitando este momento de dificuldade para entregar a Petrobras, como querem entregar a Embraer, como estão entregando as empresas de energia – afirmou a senadora.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)