Senadores elogiam devolução de dinheiro economizado à União

Da Redação | 14/12/2017, 16h12

O balanço das atividades do Senado em 2017 e a notícia de que a administração da Casa devolverá R$ 203 milhões à União repercutiu entre os senadores. Na sessão desta quinta-feira (14), dezenas de parlamentares da oposição e governistas apoiaram a iniciativa do presidente do Senado, Eunício Oliveira. Alguns pediram que a prática se repita nos próximos anos.

— Diz a máxima que palavras somente convencem e que é o exemplo que arrasta. Num momento de dificuldade para a nação e das contas públicas, devolver mais de R$ 200 milhões aos cofres da União é uma demonstração fundamental e importante que merece saudação — afirmou Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

O senador Magno Malta (PR-ES) destacou o pedido de Eunício de que o dinheiro economizado não seja usado para superávit fiscal, mas em saúde, educação e segurança. Segundo ele, é um gesto a ser seguido por outras instituições públicas.

— Alguns dirão que o presidente não fez mais do que a obrigação. Verdade, mas essa obrigação outros poderiam ter feito, e nem isso fizeram. O dinheiro é público? Sim. Mas, sem sensibilidade, certamente esses recursos não voltariam e seriam gastos de uma outra forma. Se todos fizessem o mesmo gesto, a partir das próprias câmaras municipais, certamente o nosso momento seria outro. Àqueles que sofrem na educação, o gesto conta muito — disse Malta.

Isonomia

Único representantes do PSC no Senado, Pedro Chaves (MS) elogiou o fato de ter recebido o mesmo tratamento dado a outros partidos maiores, com mais mais de uma dezena de representantes na Casa. Além disso, lembrou que todos tiveram oportunidade de relatar projetos importantes, independente da bancada:

— Eu, como novato na Casa, senti realmente um ambiente extremamente republicano. Embora eu seja do PSC, partido único, o senhor deu o mesmo tratamento que dava às outras legendas com 20, 22 senadores. Isso é muito importante — avaliou.

Congresso e vetos

O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) destacou o fato de o projeto de lei orçamentária ter sido votado nesta quarta-feira (14) antes de iniciado o recesso previsto na Constituição, algo que não ocorre há muitos anos, bem como a inexistência de vetos presidenciais pendentes para o próximo ano.

— Estamos fechando o exercício sem nenhum veto pendente. Há anos [em] que ficam 100, 200, 300 vetos sem serem votados. Isso mostra a eficiência na condução da presidência do Senado e do Congresso Nacional — afirmou.

Excessos

Ao terminar o balanço, Eunício Oliveira pediu desculpas por eventuais falhas e excessos na condução dos trabalhos. O oposicionista Lindbergh Farias (PT-RJ) reconheceu que foi um dos senadores que mais tiveram atrito com o comando da Casa e elogiou a postura do presidente:

— Confesso que a fala me surpreende pelo tom, uma fala que tem marcas de humildade, de reconhecimento de erros. Eu tenho também que reconhecer aqui meus erros, meus excessos nos embates, pois me excedi. Acho que essa postura chama à discussão do entendimento para que este Senado seja uma Casa de ideias, de debates acalorados, mas respeitosos — afirmou.

Também representantes do PT, Paulo Paim (RS), Fátima Bezerra (RN) e Jorge Viana (AC) elogiaram a forma como as atividades do Senado foram conduzidas. Paim, por exemplo, elogiou o cumprimento dos acordos feitos.

— Na vida pública respeito muito aquelas pessoas que cumprem acordo. Um deles foi a CPI. Diziam que o presidente não ia instalar a CPI da Previdência. Mas Vossa Excelência me disse que se tivesse número, leria o pedido e a comissão seria sim instalada. Se o homem público deu a palavra, fez o acordo, tem que cumprir — afirmou Paim.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)