Terapia Ocupacional responde ao estresse da vida moderna, aponta sessão de homenagem

Sergio Vieira | 06/11/2017, 13h54

O Senado Federal realizou nesta segunda-feira (6) uma sessão de homenagem aos 100 anos de formalização da Terapia Ocupacional como uma técnica reconhecida na área da Saúde.

Esta formalização se deu a partir da fundação da Associação Americana de Terapia Ocupacional em 1917 em Nova York (EUA).  Na época a associação consolidou técnicas, intervenções e conhecimentos provenientes de tratamentos voltados para a reabilitação dos militares feridos em combates.

Reconhecimento

A sessão foi requerida pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que entende que a despeito de seu reconhecimento profissional no mundo ter 100 anos, o conhecimento na área da Terapia Ocupacional "remete a técnicas e sabedorias milenares".

Anastasia citou que em visitas que fez a países com milênios de história registrada, como Grécia, China e Turquia, conheceu pessoalmente localidades onde na antiguidade já eram enviados cidadãos com enfermidades de ordem psicológica ou física para ações de reabilitação focadas no desenvolvimento de ocupações específicas. Por isso ele defende que a Terapia Ocupacional precisa ser mais popularizada e adotada também no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

— A atividade se consolidou mundialmente devido aos flagelos de guerras e conflitos militares, mas hoje seu campo de atuação é bem mais amplo. É muito mais inserida e aplicada socialmente hoje em estratégias responsivas às diversas dificuldades impostas pelo estilo de vida moderno, fonte de esgotamento psicológico para muita gente devido ao estresse constante — disse.

Profissionais

O Plenário ficou cheio durante a homenagem devido a presença de profissionais e estudantes da área. Falando mais especificamente para este público, a vice-presidente do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), Patrícia Luciane Lima, afirmou crer que um maior reconhecimento à atividade por parte da sociedade brasileira passa ainda por uma mudança de mentalidade que faça os profissionais e gestores deste setor e da saúde como um todo sairem da atual "zona de conforto". Esta mudança de percepção, segundo ela, virá a partir de mais investimentos em formação e atualização profissional por parte das instituições e dos próprios terapeutas ocupacionais.

O terapeuta ocupacional é um profissional da área da Saúde que trata, por meio de atividades de trabalho e lazer, as pessoas que apresentam as mais diversas disfunções capazes de interferir na realização das tarefas diárias. O procedimento inclui tecnologias e atividades que visam promover a autonomia dos indivíduos com dificuldades de integração à vida social por causa de alterações físicas, emocionais, cognitivas ou psicomotoras.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)