Vanessa afirma que política de Temer em relação ao petróleo lesa o país

A cadeia econômica do petróleo responde por cerca de 20% do produto interno bruto (PIB) e 15% dos empregos no país, mas as medidas adotadas pelo governo de Michel Temer neste setor visam atender os interesses das empresas estrangeiras e lesarão o Brasil. Essa é a opinião da senadora Vanessa Grazziottin (PCdoB-AM) manifestada em discurso no Plenário nesta quinta-feira (26).

Vanessa ressaltou que o pré-sal encontrado pela Petrobras na costa brasileira é a maior descoberta mundial da indústria petrolífera nos últimos 50 anos, com projeções conservadoras de 100 a 180 bilhões de barris, segundo a Universidade Estadual do Rio de janeiro (UERJ). Esse "gigantesco patrimônio", segundo a senadora, está sendo entregue pelo governo às multinacionais "a preço de banana, entre 1 a 3 dólares o barril". Ela referiu-se às duas novas rodadas de leilões previstas para esta sexta-feira (27).

Vanessa também criticou a MP 795/2017, que isenta as empresas petrolíferas de diversos impostos na exploração do pré-sal e na importação de equipamentos. Para ela, medidas como essa deixariam claro que o governo atua para que o país retorne à condição colonial e acenam para a privatização da Petrobras, ao "sucatear seu desenvolvimento" quando a retirou da condição de operadora única do pré-sal. A medida, na avaliação da parlamentar, também fez com que o país perdesse o controle sobre as jazidas e ficasse impedido de adotar estratégias de desenvolvimento com base nessas riquezas.

Para Vanessa, o governo Temer caminha na direção contrária a dos demais países, uma vez que nações como China, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Rússia e Noruega reforçam suas estatais de petróleo, que estão entre as maiores do mundo.

Ela ainda acrescentou que, embora conceda isenção a multinacionais na exploração dos recursos naturais brasileiros, o governo deverá rever benefícios concedidos à Zona Franca na produção de bebidas, segundo informação recebida pela bancada do Amazonas por meio de ofício da Casa Civil.

Vanessa também chamou de "atitude irresponsável" a possibilidade de privatização da Eletrobras por meio de medida provisória, como vem sendo noticiado, sem que haja estudos de impactos dessa decisão.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)