Analfabetismo político domina todas as esferas do Brasil, diz Roberto Requião

Da Redação e Da Rádio Senado | 11/10/2017, 16h33

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou nesta quarta-feira (11) em Plenário que o Brasil sofre com o analfabetismo político, como definido pelo dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956). Segundo Requião, esse não é um problema dos cidadãos sem cultura. Pelo contrário, está presente nos três Poderes da República, no Ministério Público, no mundo acadêmico, na imprensa, nas igrejas e na alta sociedade.

Ao afirmar que o analfabeto político não consegue enxergar que as privatizações em curso no Brasil, na verdade, apenas entregam o patrimônio nacional para empresas controladas pelos governos de outros países, Requião citou poema de Brecht, para quem o pior analfabeto era o analfabeto político: "Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior dos bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais ou multinacionais".

O senador disse ainda que o combate à corrupção tem sido apenas um pretexto para submeter o Brasil à "globalização imperial". Para Requião, o analfabeto político não sabe o próprio custo de vida e, muito menos, que o preço dos alimentos e dos remédios depende das decisões políticas.

Requião também afirmou que este tipo de cidadão, o qual se orgulha declarar ódio à política, se encanta pelo discurso dos políticos que dizem não serem políticos. Na opinião do senador, o analfabeto político manifesta apoio aos famosos que se aventuram na política e a quem se apresenta como administrador, empresário de sucesso e gestor técnico, desde que pregue moralidade, ética e política sem partidos.

— O analfabeto político em sua ignorância impermeável, ceratinosa, está sempre alerta, eternamente vigilante para apoiar até mesmo um Luciano Huck, um Dória, ou quem duvida, talvez até um Alexandre Frota.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)