Relator de CPI acredita que advogado da JBS foi vítima de ilegalidades

Anderson Vieira | 04/10/2017, 13h00

Depois de ouvir por quase duas horas o depoimento do advogado Willer Tomaz de Souza, o relator da CPMI da JBS, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), disse estar convencido de que houve ilegalidade na prisão do depoente. Segundo  o parlamentar, as informações prestadas até agora são consistentes e apontam para a inocência de Willer.

Willer Tomaz está sendo ouvido nesta quarta-feira (4) por deputados e senadores em sessão secreta. Ele é acusado de se envolver com o procurador da República Ângelo Goulart Villela para agir em favor da JBS nas investigações da operação Greenfield, da Polícia Federal, que investiga fraudes em fundos de pensão.

— Vamos ouvir outras pessoas, mas saio desta reunião, pela consistência do depoimento, muito convencido da honestidade das informações prestadas até agora — afirmou Marun.

Segundo o deputado, tudo indica que o procurador Ângelo Goulart não participou de processo para receber remuneração indevida. Ele lembrou que Willer, o advogado, chegou a ser preso preventivamente em razão de denúncia de Joesley Batista em delação premiada. Todavia, o próprio Joesley disse posteriormente não ter certeza:

— Num momento prendem em função de uma informação do delator. Depois, o delator vai depor e declara que não tem certeza. Aí, alguém ficar preso 76 dias em função de informações que foram ouvidas e que não se comprovam. É uma indignidade. É uma ilegalidade — opinou o deputado.

Janot

O relator disse ser imprescindível ouvir o depoimento do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Mas Marun acredita que bastará a aprovação de um convite pela comissão, sem a necessidade de convocação.

O parlamentar lembrou ainda que o procurador Ângelo Goulart era um defensor da candidatura de Raquel Dodge ao comando do Ministério Público da União, e Raquel era adversária declarada de Janot.

A reunião para ouvir o advogado prossegue a portas fechadas na sala 2 da Ala Nilo Coelho.

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Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)