Para especialistas, crise na pesquisa mineral se deve à falta de renovação

Da Redação | 03/10/2017, 19h44

A falta de renovação em tecnologia, na legislação e em investimentos na prospecção está prejudicando a descoberta de novas reservas minerais, afirmaram os especialistas em audiência pública nesta terça-feira (3).  A crise da pesquisa mineral foi debatida na comissão mista que analisa a Medida Provisória (MP) 790/2017, que faz parte do novo marco regulatório definido pelo governo federal para o setor mineral.

O setor mineral representa 5% do produto interno bruto brasileiro e em 2015 empregou 214 mil trabalhadores. Mas, em 2016, houve uma queda de mais de 90% na pesquisa em novos campos minerais no Brasil em relação a 2012.Segundo João Luiz de Carvalho, da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral, o país não pode ficar parado diante da crise.

- Além da crise das commodities minerais, nós tivemos o advento do que veio a ser a não regulamentação, a falta de segurança jurídica e clareza do marco regulatório mineral brasileiro - afirmou.

Para Miguel Cedraz Nery, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, o Brasil atrai apenas 3% de tudo o que é investido em pesquisa mineral no mundo, que depende em grande medida do investimento tecnológico.

- Não adianta descobrir jazida e achar que o minério vai brotar. Não brota. Ele precisa de tecnologia para reduzir custo, melhorar a qualidade e, nessa condição, poder ser concorrente com os países que também estão investindo em tecnologia - alertou.

O relator da MP, senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), também defendeu melhores condições para a pesquisa.

- No momento em que você incentiva a pesquisa, ou através de uma licença ambiental mais célere, ou através de vantagens tributárias para quem fizer o investimento, nós vamos conseguir ter um estoque de pesquisas já comprovadas - disse.

Flexa Ribeiro espera que o relatório sobre a medida provisória seja votado na comissão até o dia 20 de outubro.

Com informações da Rádio Senado

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)