Aberta campanha Outubro Rosa no Congresso Nacional

janaina-araujo | 03/10/2017, 22h00

O lançamento da campanha Outubro Rosa contra o câncer de mama ocorreu na noite desta terça-feira (3) com o ato de iluminação do Congresso Nacional. A Procuradoria da Mulher do Senado e a Secretaria da Mulher da Câmara, em parceria com outros órgãos das duas Casas, se uniram para mais uma vez organizar diversos eventos durante o mês a fim de alertar a sociedade para a importância da prevenção da doença que consta entre as principais causas de mortes de mulheres na faixa etária de 30 a 69 anos.

Procuradora Especial da Mulher, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) ressaltou a importância do momento, que simboliza a luta contra o câncer de mama no Brasil. Ela explicou que o Congresso é uma instituição inserida no combate à doença e se junta a entidades do Distrito Federal e à Universidade de Brasília (UnB) para promover um mês com diversas atividades sobre o tema. A senadora disse que a intenção é chamar a atenção da sociedade brasileira para que as mulheres tenham acesso ao diagnóstico e tratamento do câncer de mama e também de outros tipos da doença.

— A campanha do Outubro Rosa foi a primeira a adotar a metodologia de uma cor para uma questão importante a ser debatida. Daí por diante, outros temas começaram a ser representados por cores, como o amarelo para o suicídio —, explicou Vanessa.

A senadora observou que a bancada feminina no Congresso se dedica a aprovar legislação que garanta a assistência às mulheres nos hospitais, mas lamentou que sejam necessárias leis que estipulem prazos para pressionar o poder público a providenciar os exames e o tratamento. Ela considera que cuidar da saúde da mulher é manter a sociedade viva, pois são as mulheres que garantem a sobrevivência da espécie. Vanessa ainda mencionou a injustiça enfrentada pelas mulheres que continuam ganhando menos que os homens, mesmo tendo melhor nível de formação, e pediu a mudança da cultura machista.

— É preciso que haja a valorização das mulheres e não sua penalização, pois muitas são discriminadas na carreira por conta da maternidade. As mulheres não foram poupadas na reforma trabalhista, mas ainda assim nós nos unimos e juntas vamos conseguir a aprovação da PEC 134, que prevê que a presença feminina em todas as esferas do Poder Legislativo seja aumentada de forma gradual — assinalou a senadora, para quem o ingresso da mulher na política não é dificultado por falta de vocação, mas sim pela pouca abertura nos partidos, o que não acontece na sua legenda, que contabiliza 40% de mulheres.

Avanços legislativos

A coordenadora-geral da bancada feminina na Câmara, deputada Soraya Santos, apontou as iniciativas legislativas para reverter os índices alarmantes que o câncer de mama alcança e afirmou que é preciso disseminar avanços na legislação que não são conhecidos, como o direito ao acesso a mamografias para mulheres cadeirantes. A reparação das duas mamas também foi outra garantia já assegurada em lei mencionada pela deputada, que propôs trazer ao conhecimento, nos eventos do Outubro Rosa, as histórias de superação vividas por mulheres que sofreram com a doença. Ela ainda ressaltou que o maior número de mulheres no Legislativo fez surgir leis que as protegem e pediu que os homens se comprometam com a aprovação da PEC 134.

A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, comentou as 150 vagas esgotadas em três horas para que as terceirizadas da Casa façam esse mês consultas e exames de mamografia numa parceria com o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). Ela também convidou representantes de entidades presentes a conhecer a política adotada recentemente no Senado de reserva de vagas nos contratos de terceirização para mulheres em situação de violência familiar.

— É preciso erradicar o câncer de mama e também o câncer da violência no nosso país — afirmou Ilana.

A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) também cobrou melhor assistência às mulheres na rede pública de saúde. A primeira-dama do Distrito Federal, Márcia Rollemberg, anunciou o recente fim da fila de espera para mamografia no DF e o projeto de implementação do hospital oncológico. Também se pronunciaram na cerimônia as deputadas Carmen Zanotto, Rosângela Gomes – terceira procuradora adjunta da Procuradoria da Mulher da Câmara –, o diretor-geral da Câmara, Lúcio Xavier, e Ana Lúcia Oliveira, representante da presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).

A senadora Lídice da Matta (PSB-BA) e a ex-senadora Emília Fernandes estiveram no evento, assim como embaixadoras da Nicarágua, El Salvador e de outros países, além de integrantes da Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília (Recomeçar) e da Rede Feminina de Combate ao Câncer. A cerimônia contou ainda com a apresentação do ballet A Bela Adormecida, pela Escola de Ballet Étude Seasons.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)