Ataídes diz que CPMI da JBS não é para retaliar MP ou operação Lava Jato

Da Redação | 06/09/2017, 13h07

O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) chamou de "um verdadeiro pecado" o enfoque que, na sua opinião, vem sendo dado por alguns veículos de imprensa de que a CPMI da JBS, da qual é presidente, teria como um de seus objetivos "retaliar autoridades e seria contrária à operação Lava Jato". A manifestação foi feita nesta quarta-feira (6) no Plenário do Senado.

O senador lembrou que desde o início de seu mandato realizou inúmeros pronunciamentos em Plenário em defesa das ações anticorrupção conduzidas pelo Ministério Público, pela Polícia Federal e no âmbito do Poder Judiciário.

Ressaltou também que cerrou fileiras junto com procuradores e juízes que questionavam o texto original do projeto de lei  (PLS 85/2017) que atualiza a legislação sobre abuso de autoridade, por temerem justamente que as investigações fossem prejudicadas. Após negociações, o texto foi aprovado em abril pelo Senado e remetido à Câmara dos Deputados

- É um pecado dizer que sou contra a Lava Jato. Meu propósito com a CPI da JBS, e o de outros membros deste colegiado, é jogar luz sobre a coisa pública e cumprirmos nossa obrigação constitucional de fiscalização - reiterou, reforçando ainda que todas as decisões tomadas durante os trabalhos serão por votação.

Ataídes também adiantou que um dos focos da CPMI será o acordo de delação premiada firmado pelos irmãos Batista com o Ministério Público. O senador considera que foi "fora dos padrões" de outros requeridos pelo próprio MPF e depois homologados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin.

Ele comparou o caso especialmente com o de Marcelo Odebrecht, que está há mais de dois anos preso enquanto "os Batista estão soltos e fazendo farras, zombando da cara do povo brasileiro".

Outro foco das investigações da CPMI, explicou o senador, serão os financiamentos da JBS junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)